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Ataques em Gaza deixam 24 mortos, incluindo 6 crianças, dizem palestinos

Do UOL*, em São Paulo

06/08/2022 17h55Atualizada em 06/08/2022 18h31

Bombardeios israelenses em Gaza deixaram pelo menos 24 mortos, incluindo 6 crianças, desde a sexta-feira (5). Os números são de um balanço do Ministério da Saúde do enclave palestino.

Já o Estado Hebreu afirmou que várias crianças morreram em Jabalia (norte de Gaza) devido a um disparo de foguete mal-sucedido lançado pela Jihad Islâmica contra o território israelense.

Entre os óbitos está um comandante sênior do movimento palestino Jihad Islâmica. Ontem, militantes palestinos em Gaza atiraram dezenas de foguetes contra Israel, em resposta a ataques aéreos israelenses.

Durante a noite, autoridades israelenses disseram que sirenes soaram nas regiões central e sul. Imagens de emissoras israelenses mostraram mísseis sendo derrubados por sistemas de defesa aérea.

Os ataques aconteceram pouco mais de um ano após uma guerra de 11 dias entre Israel e Hamas em maio de 2021, que matou pelo menos 250 pessoas em Gaza e 13 em Israel, e devastou a economia do enclave bloqueado.

Em Tel Aviv, centro econômico de Israel, testemunhas disseram que ouviram barulhos de explosão, mas não houve relatos de sirenes. A Jihad Islâmica, grupo militante com ideologia parecida com a do Hamas, o movimento islâmico no poder em Gaza, disse que havia atirado mais de 100 foguetes contra cidades israelenses na sexta-feira, incluindo Tel Aviv.

Ainda ontem, um porta-voz israelense afirmou que os ataques mataram o comandante da Jihad Islâmica, Tayseer al-Jaabari, e cerca de 15 "terroristas". No entanto, disse que o Exército não tinha a contagem final de mortes.

Entenda o conflito

Os ataques ocorreram depois que Israel prendeu Bassam al-Saadi, um líder sênior do grupo Jihad Islâmica, durante operação na cidade de Jenin, na Cisjordânia ocupada, no início desta semana.

Posteriormente, Israel fechou todas as passagens de Gaza e algumas estradas próximas por temores de ataques de retaliação do grupo, que tem um reduto em Gaza, restringindo ainda mais o movimento palestino.

"O objetivo desta operação é a eliminação de uma ameaça concreta contra os cidadãos de Israel e os civis que vivem nas proximidades da Faixa de Gaza", disse o primeiro-ministro Yair Lapid em comunicado.

Conflito entre Israel e Palestina - REUTERS/Mohammed Salem - REUTERS/Mohammed Salem
Conflito entre Israel e Palestina
Imagem: REUTERS/Mohammed Salem

Desafio para premiê interino

Em pronunciamento nesta sexta-feira, o primeiro-ministro israelense, Yair Lapid, disse que seu país lançou o ataque em reação ao que chamou de "ameaças concretas".

"Este governo adota uma política de tolerância zero contra qualquer tentativa de ataque - de qualquer tipo - a partir de Gaza contra o território israelense", disse Lapid. "Israel não ficará inerte enquanto houver aqueles que tentam ferir seus cidadãos."

"Israel não tem interesse em um conflito mais amplo em Gaza, mas não se omitirá se isso vier a ocorrer", completou.

O episódio de violência acaba sendo também um teste para Lapid, que assumiu como primeiro-ministro interino antes das eleições em novembro, quando espera se manter no cargo.

O político de centro - um ex-apresentador de televisão e escritor - possui alguma experiência diplomática depois de atuar como ministro do Exterior do governo em fim de mandato, mas tem poucas credenciais no que diz respeito à segurança.

Um conflito em Gaza poderia servir para lhe dar um novo impulso em questões de segurança, antes de enfrentar nas urnas o ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, bastante experiente em termos de defesa, que governou o país durante três das quatro guerras com o Hamas.

* Com informações da AFP, DW e Reuters