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Soldado inglês é suspeito de criar 'conto de bravura' para ganhar medalha

Deacon Cutterham - Reprodução/Getty
Deacon Cutterham Imagem: Reprodução/Getty

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

08/08/2022 20h49

Um soldado que foi condecorado com uma medalha de bravura está sendo investigado pela polícia britânica por inventar a história que o fez ser reconhecido, de acordo com o jornal The Sun.

O caso passou a ser investigado após denúncias de ex-companheiros de guerra que relataram a venda da medalha em um leilão por 140 mil libras (equivalente a R$ 864.773).

Na ocasião, em 2012, Deacon Cutterham, 38, alegou que teria pegado uma granada do Talibã, com as próprias mãos, e a jogado para fora da vala momentos antes de explodir — salvando a vida de seus companheiros soldados no Afeganistão.

Assim, ele recebeu a Conspícua Cruz de Bravura. Quando o Príncipe Charles entregou a medalha a Cutterham, o soldado ouviu elogios por suas ações "fenomenalmente corajosas e incrivelmente altruístas que salvaram vidas".

Mas, nove anos depois, dois ex-companheiros das Forças Especiais o acusaram de inventar o conto heroico, o que fez a polícia iniciar a investigação. Os soldados estão entre as dezenas de testemunhas que serão interrogadas pela corporação.

Ao The Sun, um dos ex-companheiros confirmou que a história foi uma invenção de Cutterham.

"Isso nunca aconteceu. Ninguém viu. Quando voltamos ao acampamento, percebemos que faltava uma granada de mão", disse. E acrescentou: "Aguentamos ele dizendo o quão corajoso ele era, mas quando vimos que ele estava lucrando com a venda das medalhas foi demais".

À época, Cutterham se defendeu e afirmou que ninguém testemunhou sua façanha porque todos mergulharam para se proteger quando ele gritou "granada!".

Em entrevista ao The Sun em 2020, o soldado confirmou que "a ação aconteceu de acordo com a citação".

Um porta-voz do Exército informou ao jornal que, "como o assunto é objeto de uma investigação, seria inapropriado comentar".