Assassinato de candidato pelo tráfico abriu caçada a Escobar na Colômbia
O assassinato de um candidato à presidência da Colômbia em 1989 deu início a uma caçada de quatro anos que terminou com a morte do narcotraficante Pablo Escobar. Ontem, o candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado.
O que aconteceu
Candidato à presidência da Colômbia pelo Partido Liberal e apontado como favorito para vencer as eleições, Luis Carlos Galán foi atingido por uma rajada de tiros em 18 de agosto de 1989. Ele se preparava para discursar no município de Soacha quando foi baleado. Galán chegou a ser levado a um hospital na capital Bogotá, mas não resistiu aos ferimentos.
Relacionadas
Julio Cesar Peñalosa Sánchez, vereador de Soacha que estava ao lado de Galán, morreu no atentado ao ser baleado na cabeça. Atingido pelos disparos, Santiago Cuervo, membro da escolta do político, também não resistiu aos ferimentos.
O crime foi atribuído ao Cartel de Medellín, chefiado por Pablo Escobar. Além dele, Carlos Castaño Gil, Gonzalo Rodríguez Gacha e Alberto Santofimio Botero foram apontados como mandantes do crime.
Galán já havia escapado de um atentado duas semanas antes de morrer. O ataque seria realizado com uma bazuca em uma palestra na Universidade de Antioquia e só não ocorreu porque o político foi avisado por um policial, que havia recebido a informação de um morador sobre a presença de três suspeitos em um lança-foguetes. O policial acabou sendo assassinado no mesmo dia por ordem de Escobar.
Como foi a caçada
Com a morte de Galán, o governo colombiano intensificou a caçada ao Pablo Escobar. O grupo "Bloco de Busca", criado com a presença de militares de elite e até com a ajuda de rivais do fundador do Cartel de Medellín intensificou as ações para capturar o narcotraficante.
Em 1991, o narcotraficante se rendeu às autoridades e fechou um acordo de não extradição com o governo colombiano. Depois, permaneceu na prisão que ele mesmo construiu, conhecida como "La Catedral".
No ano seguinte, escapou após descobrir que o governo colombiano tentava transferi-lo para outro presídio. Com a fuga, a caçada se intensificou.
Pablo Escobar foi morto em uma operação ocorrida no dia 2 de dezembro de 1993 em Medellín. Ele estava escondido em um bairro de classe média quando o seu paradeiro foi descoberto.
Escobar e Álvaro de Jesús Agudelo, seu guarda-costas, tentaram fugir correndo pelos telhados de casas, enquanto trocavam tiros. Mas acabaram baleados e mortos pelas forças de segurança da Colômbia.
Apontado como um dos narcotraficantes mais conhecidos no mundo, Escobar tinha uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o equivalente a R$ 145,5 bilhões na cotação de hoje. Escobar foi o responsável pela explosão de um avião que matou 107 passageiros em 1989 e por atos terroristas, como a detonação de carros-bomba, matando dezenas de civis na Colômbia.