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Em vídeo, supostos membros do Los Lobos negam atentado no Equador

Colaboração para o UOL, em São Paulo

10/08/2023 21h35

Circula nas redes sociais um vídeo em que supostos membros do grupo Los Lobos negam participação no assassinato do candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio.

O que aconteceu

Em vídeo divulgado na noite desta quinta-feira (10), um grupo de homens usando camisetas brancas, que se apresentam como os verdadeiros integrantes do grupo, negam a autoria do crime contra o candidato à presidência.

Além de negarem envolvimento no assassinato, os homens aparecem com os rostos descobertos.

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Em seguida, o porta-voz do grupo manda um recado direcionado à população equatoriana. "Não deixem enganar por pessoas que escondem o rosto para fugir da responsabilidade dos seus atos", destacou.

O suposto chefe rejeita veementemente qualquer relação com o vídeo divulgado anteriormente, no qual homens encapuzados e fortemente armados reivindicam o atentado, identificados como a facção Los Lobos.

"Está claro que outros grupos criminosos querem desestabilizar o país, e responsabilizar outros GDOs, como o nosso, Los Lobos, pela tragédia que está acontecendo neste momento no Equador", acrescenta o provável líder do grupo.

Ao fim do vídeo, que tem pouco mais de um minuto de duração, ele faz um apelo às autoridades equatorianas. "Investigarem e encontrarem os verdadeiros culpados e não se deixarem enganar por pessoas que fazem vídeos, cobrindo a cara para não assumirem a responsabilidade pelos seus actos, que ameaçam a segurança do Estado na cidadania", concluiu.

Primeiro vídeo

Em vídeo publicado na manhã desta quinta-feira na rede social X (antigo Twitter), um grupo de homens encapuzados e armados assumiu a responsabilidade pela morte de Villavicencio.

Os indivíduos que se identificaram como membros do Los Lobos também ameaçaram outros políticos, inclusive o presidenciável Jan Topic. A eleição equatoriana foi mantida para o dia 20 de agosto, apesar do atentado.

Toda vez que políticos corruptos não cumprirem suas promessas quando receberem nosso dinheiro, que é de milhões de dólares, para financiar sua campanha, serão dispensados.

Você também, Jan Topic, mantenha sua palavra. Se você não cumprir suas promessas, você será o próximo.

Suspeitos são da Colômbia, diz ministro

Segundo o ministro do Interior, Juan Zapata, os suspeitos de matar Fernando Villavicencio são da Colômbia e pertencem a um grupo criminoso que atua nas ruas da capital equatoriana. "Em várias incursões no setor Conocoto e no sul da cidade [de Quito], foram detidos seis indivíduos: Andrés M., José N., Adey G., Camilo R., Jules C., Jhon R., todos estrangeiros".

Arsenal de guerra. Durante as incursões policiais, foram apreendidos um veículo, uma motocicleta, um fuzil, quatro pistolas, uma submetralhadora, seis cartuchos de calibre 9 milímetros (mm), dois de calibre 5,56, diversas caixas com munição calibre 9 mm, três granadas de fragmentação, além de diversos quilos de entorpecentes.

O anúncio foi feito em comunicado à imprensa na manhã de hoje. Além do ministro do Interior, o comandante da Polícia Nacional do Equador, Fausto Salinas, também esteve presente na entrevista coletiva.

As autoridades informaram que, dois dos suspeitos detidos foram identificados ainda no cena do crime. Um terceiro suspeito foi morto após troca de tiros com policiais nas imediações do assassinato.

Atentado

O candidato a presidente do Equador Fernando Villavicencio, 59, foi morto com três tiros, na quarta-feira (9), na capital do país enquanto encerrava um compromisso de campanha.

Villavicencio foi baleado na cabeça depois de sair de um encontro político na cidade de Quito. O médico Carlos Figueroa, amigo do candidato e que estava com ele no momento do ataque, relatou à imprensa que houve cerca de 30 disparos durante o atentado.

Candidato pelo Movimento Construye, ele foi morto por volta das 18h20 do horário local, segundo o jornal local El Universo. Ele chegou a ser socorrido para a Clínica da Mulher, hospital mais próximo do local do crime, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no centro de saúde.

O ataque ocorreu no Colégio Anderson, no centro-norte de Quito. Villavicencio era um dos oito candidatos das eleições presidenciais que ocorrerão no dia 20 de agosto no Equador, país que enfrenta um aumento da violência relacionada ao tráfico de drogas.

As ruas ao redor do colégio foram fechadas e a polícia nacional tenta localizar os responsáveis pelo ataque. Um dos suspeitos de efetuar os disparos foi morto depois de uma troca de tiros com a polícia nacional, de acordo com o Ministério Público.

Ao menos 9 pessoas ficaram feridas no ataque, incluindo uma candidata à deputada e dois policiais, segundo o Ministério Público, que acompanha as investigações do caso. Sete feridos estão internados na mesma clínica para onde o presidenciável foi socorrido.

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