Hamas suspende negociações de reféns em meio a ataques a hospital em Gaza
Do UOL*, em São Paulo
12/11/2023 14h05Atualizada em 12/11/2023 14h37
O Hamas suspendeu hoje as negociações sobre reféns devido aos ataques de Israel ao Hospital Al-Shifa, em Gaza. As informações foram repassadas à Reuters por uma autoridade palestina que acompanha a situação.
O que aconteceu
Israel está se aproximando do hospital, que está sob fogo intenso. O governo israelense acusa o Hamas de usar o Al-Shifa como cobertura para um centro de comando. O grupo extremista nega. Segundo o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, os ataques estão "aterrorizando tanto os médicos quanto os civis".
Bombardeios obrigaram médicos a colocar bebês prematuros em camas comuns. Um cirurgião plástico do Al-Shifa disse à Reuters que os ataques ao prédio que abriga as incubadoras os forçou a transferir recém-nascidos. "Sabemos que isso é muito arriscado", disse Ahmed El Mokhallalati. "Estamos esperando perder mais deles dia após dia".
De 45 bebês, três já morreram, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Al-Qidra afirmou ainda que o hospital não foi orientado sobre como levar os recém-nascidos para um lugar seguro. Ontem (11), o principal porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, havia dito que as forças israelenses ajudariam a retirar bebês do hospital.
Primeiro-ministro israelense diz ter oferecido combustível ao Al-Shifa. Segundo Benjamin Netanyahu, porém, o Hamas se recusou a recebê-lo. "Oferecemos combustível suficiente para operar o hospital, operar as incubadoras e assim por diante, porque não temos nenhuma batalha com pacientes ou civis", disse o premiê em entrevista à NBC News.
Benjamin Netanyahu ainda avalia um acordo para libertar reféns. O premiê também foi questionado sobre a possibilidade de um pacto com o Hamas pela soltura de mulheres, crianças e idosos presos desde 7 de outubro. "Pode ser", respondeu. "Mas quanto menos eu me manifesto sobre o assunto, mais aumento as chances de isso se concretizar".
(*Com AFP e Reuters)