Suicídios, guerra e 780 ilhas: alvo de Milei, como são as remotas Malvinas
O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, afirmou durante a campanha que quer retomar o controle das Ilhas Malvinas. Conhecidas também como Ilhas Falkland, o arquipélago está sob controle do Reino Unido.
O porta-voz do premiê britânico, Risni Sunak, porém, já afirmou que a soberania das ilhas não está em jogo. "A posição das Ilhas Malvinas está resolvida há algum tempo e não vai mudar", disse.
Conheça curiosidades sobre as ilhas que Milei quer recuperar:
Como são as ilhas
As Malvinas têm duas ilhas principais, além de 778 ilhas menores. O arquipélago está a pouco mais de 640 quilômetros do continente da América do Sul e tem 12 mil quilômetros quadrados.
As ilhas têm população de 3.500 pessoas. Três quartos vivem na capital, chamada pelos britânicos de Stanley —para os argentinos, Puerto Argentino. Os habitantes têm origem em 60 outros países do mundo.
A população é jovem. Em 2016, um censo apontou que 87% dos habitantes tinham menos de 65 anos. A média de idade era de 38 anos.
As principais atividades econômicas da região são a pesca, a agricultura e o turismo. Pinguins, ovelhas e elefantes marinhos fazem parte do ecossistema local.
Malvinas em disputa
As Ilhas Malvinas já foram disputadas dez vezes. Os primeiros a desembarcar no local foram os britânicos, em 1690. Depois, o território foi disputado por franceses e espanhóis. O arquipélago voltou aos britânicos em 1833.
A Argentina tentou tomar posse das ilhas em duas ocasiões. A primeira durou de 1832 a 1833. Em 1982, na Guerra das Malvinas, os argentinos chegaram a governar o local por dois meses. Logo depois, o Reino Unido retomou o controle.
649 militares argentinos e 255 britânicos morreram na guerra. Houve ainda três baixas civis.
Veteranos argentinos acusaram militares de torturas durante o conflito. A guerra ocorreu na época em que a Argentina era governada por uma ditadura militar. Em 2007, um levantamento mostrava que ao menos 264 veteranos cometeram suicídio após o conflito.
Em 2013, 98,8% dos moradores que votaram em um plebiscito aprovaram o domínio britânico sobre o território. O governo argentino considerou a consulta ilegal.