'Pior assassina em série': como acusada de matar 4 filhos teve pena anulada
Colaboração para o UOL
14/12/2023 11h43
Meses após ter sido solta e inocentada pelas condenações de matar seus quatro filhos, Kathleen Folbigg, conhecida como "a pior assassina em série da Austrália", teve suas penas formalmente anuladas hoje (14).
O que aconteceu
Um tribunal australiano anulou a sentença de culpa pela morte dos quatro filhos de Folbigg. Acusada de ser a responsável pelos crimes, ela já havia ficado 20 anos na prisão.
Para que as condenações legais fossem anuladas, ela enfrentou um processo no Tribunal de Apelação Criminal de Nova Gales do Sul. Segundo a CNN, um painel de juízes concordou que ela deveria ser absolvida de todas as acusações.
Agora, o caso é descrito como um dos maiores erros judiciais da Austrália. De acordo com a BBC, a Corte entendeu que as provas originalmente usadas para prender Folbigg "não eram confiáveis".
"Durante quase um quarto de século enfrentei descrença e hostilidade. Sofri abusos em todas as suas formas", disse Folbigg aos jornalistas depois da decisão do tribunal. "Estou grata pelos avanços científicos e genéticos terem me dado respostas sobre como meus filhos morreram", continuou.
Relembre o caso
Folbigg era conhecida como "a pior assassina em série da Austrália", acusada de ter sufocado os filhos. Os quatro filhos de Kathleen morreram ainda bebês ao longo de dez anos, entre 1989 e 1999, com idades que variavam entre 19 dias e 19 meses.
Ela foi condenada e presa em 2003 pelos homicídios dolosos de três de seus filhos — Patrick, Sarah e Laura — e pelo homicídio culposo do primogênito, Caleb. Kathleen, no entanto, sempre se declarou inocente e afirmou que as crianças morreram de causas naturais.
Em 2015, um legista disse que não havia evidências de assassinato. E novas provas mostraram que o motivo das mortes não é claro —ou seja, podem ter acontecido em decorrência de causas naturais.
Kathleen foi inocentada e solta em junho deste ano em Nova Gales do Sul, depois de 20 anos. O procurador-geral de Nova Gales do Sul, Michael Daley, disse a jornalistas que existiam dúvidas em relação à culpa dela na morte dos filhos, com base em novas evidências científicas.
A ciência foi uma peça-chave para que Folbigg fosse inocentada e solta. O ex-juiz Tom Bathurst conduziu uma segunda investigação do caso depois que 90 cientistas e médicos assinaram uma petição pedindo a liberdade de Kathleen. Entre eles, estão dois ganhadores do prêmio Nobel.
Evidências médicas indicam mutações genéticas. A ciência teria descoberto uma mutação genética em Kathleen e suas duas filhas, Sarah e Laura. As suspeitas são de que essa mutação teria causado a morte natural delas.