Itamaraty diz estar em contato com embaixada do Brasil em Teerã
O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o incidente com o presidente do Irã e que está em contato com a embaixada do Brasil em Teerã. Um helicóptero que transportava o presidente do país, Ebrahim Raisi, fez um "pouso difícil" após um incidente no ar neste domingo (19), segundo a agência de notícias oficial iraniana IRNA (Islamic Republic News Agency) .
O que aconteceu
O Itamaraty informou que a embaixada do Brasil em Teerã monitora a situação junto à chancelaria iraniana. O presidente Lula não se manifestou até o momento. Outros líderes de países da América Latina ainda não se pronunciaram.
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Raisi voltava de uma reunião perto da fronteira com o Azerbaijão quando o incidente ocorreu. A aeronave pousou em Jolfa, a cerca de 600 quilômetros de Teerã, de acordo com a IRNA.
O presidente estava acompanhado do ministro das Relações Exteriores do país, Hossein Amirabdollahian, no helicóptero. O governador da província do Leste do Azerbaijão, Malek Rahmati, também estava na aeronave, de acordo com a agência iraniana. O último passageiro é o líder de oração de sexta-feira de Tabriz, Hojjatoleslam Al Hashem.
Local onde aeronave parou é de difícil acesso. O ministro do Interior, Ahmad Vahidi, disse à televisão estatal iraniana que, devido às difíceis condições climáticas, com muita neblina, pode levar algum tempo para que a equipe de busca e resgate chegue ao local onde está a aeronave.
Quarenta equipes de busca e oito ambulâncias foram enviadas para a região. Até o momento, nenhuma informação sobre o estado de saúde do presidente ou de algum ocupante do helicóptero foi confirmada. Segundo a agência oficial de notícias do Irã, o local exato do helicóptero já foi identificado.
Incidente com presidente gera apreensão de autoridades
O ministério das Relações Exteriores do Arábia Saudita divulgou um comunicado dizendo que acompanha com preocupação o incidente. A pasta expressou solidariedade e ofereceu "qualquer ajuda" que os iranianos precisem.
Secretário-geral da ONU, António Guterres, acompanha com preocupação o acidente e espera pela segurança do presidente. É o que disse o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, segundo a agência de notícias iraniana IRNA.
O chanceler venezuelano, Yvan Gil, disse que o presidente Nicolás Maduro acompanha de perto a situação. "O povo e o governo bolivariano se mantêm em oração para que as equipes de resgate tenham êxito em devolver às suas casas sãos e salvos todos os ocupantes da aeronave presidencial iraniana".
Turquia afirma ter enviado ajuda para resgate. Segundo a rede de notícias Al Jazeera, o país enviou 32 montanhistas de resgate para auxiliar o Irã nas buscas pelo helicóptero do presidente. "Nossas orações estão com o presidente Raisin e toda nação iraniana" disse o primeiro-ministro do Paquistão, Shehbaz Sharif.
Embaixador dos Emirados Árabes no Irã, Saif Mohamed Al Zaabi, disse que reza pelo bem-estar do presidente iraniano e toda sua delegação. O país também se colocou à disposição para auxiliar na operação de busca e resgate. As informações são da Emirates News Agency.
Quem é Raisi
Considerado um ultraconservador, foi eleito em 18 de junho de 2021, no primeiro turno. As votações foram marcadas por uma abstenção recorde em eleições presidenciais e com a ausência de um opositor forte.
Nascido em novembro de 1960 na cidade sagrada xiita de Mashhad, no nordeste do país. Raisi fez carreira no Judiciário em cargos de procurador-geral entre 2014 e 2016, vice-chefe de Justiça de 2004 a 2014 e promotor e procurador adjunto de Teerã nas décadas de 1980 e 1990.
O iraniano substituiu o moderado Hasan Rohani. A principal conquista de Rohani em seus dois mandatos foi o acordo nuclear de 2015 entre o Irã e seis potências ocidentais. Rouhani ganhou de Raisi nas eleições presidenciais de 2017 e, após dois mandatos consecutivos, não pôde concorrer novamente.
O presidente do Irã participou do chamado "comitê da morte". O grupo de acusação foi responsável por executar milhares de presos políticos no país em 1988. Raisi está na lista de líderes iranianos que Washington sancionou por "cumplicidade" em "graves violações dos direitos humanos", acusações rejeitadas pelas autoridades de Teerã.