'Buddha Boy', guru acusado de estupro, é condenado a 10 anos de prisão
Do UOL, em São Paulo
02/07/2024 12h29
Um tribunal do Nepal condenou a dez anos de prisão por abuso sexual um guru de 33 anos cujos seguidores acreditam ser uma reencarnação de Buda.
O que aconteceu
Ram Bahadur Bamjon, conhecido como "Buddha Boy", foi acusado de abusar sexualmente de uma adolescente de 15 anos em 2016. Além da condenação, ele foi multado e deverá pagar US$ 3.750 (cerca de R$ 21 mil na cotação atual) como indenização à vítima.
Ele foi ainda acusado de ameaçar a menina caso ela revelasse o caso para outras pessoas. Em 23 de fevereiro de 2020, após a vítima completar 18 anos, foi registrada denúncia contra ele na Delegacia Distrital de Polícia de Sarlahi.
A audiência no Tribunal Distrital de Sarlahi ocorreu na segunda-feira (1º), mas Bamjon estava preso desde janeiro. O guru foi detido em Katmandu sob um mandado de prisão emitido pelo estupro da jovem em um ashram, um eremitério hindu, no distrito de Sarlahi, ao sul da capital. Ele estava foragido desde 2020.
Durante a prisão, a polícia encontrou com ele cerca de R$ 1 milhão em dinheiro. Segundo a agência de notícias Reuters, Bamjon não foi encontrado para comentar a condenação, mas seu advogado, Dilip Kumar Jha, disse que apelaria em um tribunal superior.
Bamjon também é investigado por ter agredido fiéis física e sexualmente. Cinco famílias apresentaram queixas contra ele em diferentes delegacias. As acusações são de assassinato, desaparecimento e exploração sexual de seus seguidores. A denúncia relativa ao desaparecimento de seus seguidores ainda aguarda julgamento, de acordo com o jornal local The Kathmandu Post.
O guru explicou que batia nas vítimas porque elas atrapalhavam a sua meditação. Uma freira de 18 anos o acusou em 2018 de estuprá-la em um mosteiro.
Quando adolescente, Ram Bahadur Bamjon atraiu a atenção internacional. Em 2005, dezenas de milhares de pessoas apareceram para ver o "Menino Buda" sentado de pernas cruzadas debaixo de uma árvore em uma floresta densa no sudeste do Nepal durante quase dez meses.
*Com AFP e Reuters