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Autor de disparos contra Trump era 'doce' e 'não radical', diz colega

Do UOL, em São Paulo*

14/07/2024 20h53Atualizada em 15/07/2024 08h11

Um colega de Thomas Matthew Crooks, 20, identificado pelo FBI como o atirador envolvido na tentativa de assassinato contra o ex-presidente Donald Trump, afirmou neste domingo (14) à CNN que o autor dos disparos era uma pessoa "doce" e não se expressava como um "radical" politicamente.

O que aconteceu

A pessoa é ex-colega de classe e era companheiro de trabalho de Crooks. Ela relatou que o jovem, morto pelo Serviço Secreto, era "o cara mais doce". "[Crooks] Era um rosto amigável no corredor", afirmou o colega, que falou sob condição de anonimato à CNN. "Ele era meio magrelo, nerd e muito inteligente. Não era tradicionalmente a pessoa mais popular, mas pelo que eu via, não achava que sofria muito bullying", completou.

"Ele tinha um bom grupo de amigos e parecia feliz", contou o colega. Os dois trabalhavam em uma mesma casa de repouso para idosos na Pensilvânia e haviam estudado juntos no colegial.

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Era sempre bom vê-lo (...) Ele era sempre aberto para conversas. Muito educado e um pouco quieto, mas tudo bem.
Colega de Thomas Matthew Crooks, em entrevista à CNN

Planos para ajudar os idosos. Durante a última semana, os companheiros de trabalho pensaram em maneiras de facilitar a abertura de pacotes de molho pelos idosos da casa de repouso — ação que indicava como Crooks era "atencioso e carinhoso", segundo relatou a fonte ouvida pelo canal internacional.

Ele foi honestamente tão gentil e foi realmente um prazer trabalhar com ele. Então isso torna tudo isso muito difícil porque o nome dele provavelmente será manchado, mas, para mim, ele sempre será como o garoto super doce do trabalho.
Colega de Thomas Matthew Crooks, em entrevista à CNN

"Ele não era um radical." O colega afirmou ainda que não reconhece a imagem construída acerca de Crooks após o ataque contra Trump. Segundo o colega, Crooks não expressava opiniões políticas no trabalho. "É difícil ver tudo o que está circulando na internet porque ele era realmente uma boa pessoa que fez algo muito ruim. E eu só esperava saber o porquê", conclui.

O que se sabe sobre o atirador

Crooks era de Bethel Park, Pensilvânia, a cerca de 64 km do local do comício. O FBI e a polícia de Pittsburgh informaram que os disparos contra Donald Trump estão sendo tratados como "tentativa de assassinato" e não descartam a possibilidade de haver outras pessoas envolvidas no episódio.

O atirador estava registrado no Partido Republicano, o mesmo de Trump. Apesar do registro, Crooks doou US$ 15 (R$ 81) para um comitê progressista em 20 de janeiro de 2021. Foi nessa data que o presidente Joe Biden foi empossado. O "Progressive Turnout Project" é uma organização que se dedica a impulsionar candidaturas democratas. A iniciativa também investe financeiramente em organizações focadas em engajar jovens eleitores.

Administrador da casa de repouso onde Crooks trabalhou como auxiliar também enalteceu bom comportamento do jovem. "Estamos chocados e tristes ao saber de seu envolvimento, pois Thomas Matthew Crooks desempenhou seu trabalho sem problemas e sua verificação de antecedentes estava limpa", disse Marcie Grimm, administrador do local, em um comunicado.

A casa de repouso ainda disse que está "cooperando totalmente" com a polícia. Segundo Marcie Grimm, Crooks não tinha antecedentes criminais quando foi contratado.Crooks sofria bullying na escola. A informação é de Jason Kohler, que estudou com o atirador na Bethel Park High School, onde ele se formou em 2022. Em entrevista à Associated Press, o antigo colega disse que Crooks ficava sentado sozinho na hora do almoço e ele era alvo de piadas pela maneira como se vestia.

FBI diz que família do atirador também está "cooperando com as investigações federais". A informação é da agência de notícias Associated Press.

Crooks usou um rifle AR-style 556. A arma foi comprada pelo pai dele, segundo autoridades do FBI. Os investigadores tentam entender como ele teve acesso ao rifle.

Agência federal suspeita que jovem tenha agido sozinho. Ainda não foi encontrado nenhum indicativo de que outra pessoa teria atuado no atentado.

FBI também diz que já recebeu mais de 2.000 pistas sobre atirador. Investigadores ainda buscam motivação do crime. Até o momento, não encontraram nenhuma postagem do jovem nas redes sociais com tom ameaçador.

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