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Voos são retomados após apagão global; bancos e TVs foram afetados

Do UOL, em São Paulo*

19/07/2024 07h06Atualizada em 19/07/2024 19h35

Uma falha global no sistema da Microsoft, relacionado a um erro na atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike, afetou voos, bancos e empresas de mídia em vários países do mundo nesta sexta-feira (19). Os aeroportos atingidos pelo apagão começaram a normalizar as operações no início da tarde.

O que aconteceu

Aeroportos brasileiros não tiveram sistema afetado, mas oito voos atrasaram. A Aena, que administra o aeroporto de Congonhas (SP) e outros 16 no Brasil, diz que cinco voos atrasaram em Recife, um em Campo Grande, um em Santarém (PA) e um em Monte Claros (MG), "por questões das companhias aéreas". Segundo a concessionária, "os sistemas estão funcionando normalmente e não houve impacto às operações de pouso e decolagem". Já o aeroporto de Guarulhos opera normalmente, informou a assessoria de imprensa.

Companhias aéreas dos Estados Unidos suspenderam operação por horas. Mais de 2 mil voos foram cancelados e outros 5.300 estão atrasados, segundo o FlightAware. A American Airlines diz que seus voos começaram a ser normalizados por volta das 6h (horário de Brasília). A United levantou as restrições de voo às 12h30.

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Aeroportos na Europa começaram a normalizar a situação por volta das 12h. O Aeroporto de Edimburgo, no Reino Unido, alertou que ainda haverá repercussão na malha aérea e que os passageiros devem checar as informações de voos com as companhias. O tráfego aéreo foi suspenso em vários países, incluindo Espanha, Alemanha, Austrália, Hong Kong e Amsterdã. Imagens mostram aeroportos lotados e muitas filas nos balcões de check-in.

Sem sistema, algumas companhias aéreas entregaram bilhetes aéreos manuscritos. Há relatos no Reino Unido e Índia.

Microsoft diz que falha foi corrigida, mas aplicativos e Office 365 ainda têm falhas. Empresa diz que impacto residual do apagão pode impactar no tempo de normalização dos serviços.

Viagens de trem também foram afetadas no Reino Unido. Pelo menos 14 operadoras ferroviárias dizem estar enfrentando dificuldades e alertaram para a possibilidade de cancelamentos em cima da hora.

A Sky News, um dos principais canais do Reino Unido, ficou parcialmente fora do ar. Na Austrália, a rede estatal ABC também foi afetada.

Sistema de pagamento está fora do ar em vários países, incluindo Nova Zelândia. Os serviços de farmácias e clínicas médicas também foram afetadas, com cirurgias eletivas sendo canceladas na Alemanha.

No Brasil, os aplicativos dos bancos Bradesco, Neon, Next e Pan estão fora do ar desde a noite de quinta (18), segundo o site Downdetector. O Bradesco confirmou que seus serviços foram afetados pelo apagão. O banco Pan diz que restabeleceu uma parte dos serviços e continua trabalhando para a normalização integral. "O aplicativo foi impactado por uma indisponibilidade originada na atualização do software de um de seus fornecedores, que impactou diversos segmentos". O UOL ainda tenta contato com o banco Neon.

Apagão também afetou o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris. Em nota enviada ao jornal Le Parisien, a organização disse que mobilizou técnicos para minimizar os impactos. "Nós ativamos nossos planos de contingência para garantir a continuidade das operações", informou. O site oficial e o sistema de compra de ingressos seguem funcionando normalmente.

Equipe do presidente americano Joe Biden entrou em contato com o CrowdStrike e as entidades afetadas. A Casa Branca diz que Biden está recebendo atualizações contínuas ao longo do dia e o governo está "de prontidão para fornecer assistência conforme necessário".

O apagão também afetou o funcionamento de hospitais de São Paulo, entre eles o Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo e o Sírio-Libanês. De acordo com o Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp), cinco de 73 unidades consultadas pela entidade admitiram ter sofrido impactos.

As unidades sofreram instabilidade em sistemas e atraso nos atendimentos. Os que não foram impactados não utilizavam o provedor de cibersegurança CrowdStrike, apontado como sistema afetado pela falha.

O que causou o apagão?

Incidente está relacionado a um erro na atualização da empresa de cibersegurança CrowdStrike. As primeiras informações indicam que o apagão teve origem em sistemas da CrowdStrike que usam o sistema Windows, da Microsoft.

"Este não é um incidente de segurança ou ataque cibernético. O problema foi identificado, isolado e uma correção foi implantada", afirmou o CEO do CrowdStrike, George Kurtz. Ele diz que a empresa está trabalhando ativamente com os clientes afetados.

Tela mostrando erro é vista em uma casa de câmbio no Aeroporto Internacional de Hong Kong em meio a interrupções do sistema da Microsoft, em Hong Kong, China, 19 de julho de 2024 Imagem: Tyrone Siu/REUTERS

(Com informações da Deutsche Welle e do Estadão Conteúdo)

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