Conteúdo publicado há 25 dias

Milton perde força, deixa de ser furacão e vira ciclone pós-tropical

A tempestade Milton deixou de ser um furacão e agora é classificada como um ciclone pós-tropical, segundo último boletim do Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC, na sigla em inglês). O fenômeno, que deixou ao menos 10 mortos ao passar pela Flórida, já havia perdido força e sido rebaixado à categoria 1 ainda na madrugada desta quinta-feira (10).

O que aconteceu

Milton se afastou dos EUA e perdeu as características tropicais. A tempestade agora é considerada um "ciclone pós-tropical com força de furacão", diz o NHC. O órgão alerta, porém, que algumas cidades da costa leste da Flórida ainda podem registrar chuvas fortes e inundações. Por volta das 14h (EDT, 15h em Brasília), os ventos de Milton se moviam a uma velocidade máxima de 120 km/h.

Furacões e ciclones, na prática, são o mesmo tipo de fenômeno. O que os diferencia é a velocidade dos ventos e a região onde ocorrem — neste caso, no Oceano Atlântico. Os ciclones extratropicais, especificamente, são formados quando o ar úmido e quente sobe para as camadas mais altas da atmosfera, enquanto o ar gelado desce. Isso gera uma área de instabilidade, com ventos fortes, chuva e frio.

Situação na Flórida ainda é 'perigosa', alertou Joe Biden. O presidente dos EUA disse ser cedo demais para avaliar os prejuízos causados pelo furacão Milton, mas acrescentou que as medidas tomadas "fizeram a diferença". "As pessoas ainda devem esperar a autorização de seus prefeitos e líderes antes de saírem [de casa]", reforçou Biden em pronunciamento.

Linha do tempo

Milton tocou o solo por volta das 20h30 (local) de quarta (9). Com ventos de 145 km/h, o furacão foi rebaixado da categoria 3 para a 1 pelo Centro Nacional de Furacões (NHC (National Hurricane Center, na sigla em inglês) à 1h da manhã (2h em Brasília). Dados de satélite indicam que o olho do Milton atingiu Siesta Key, no condado de Sarasota.

Furacão já deixou mortos no condado de Saint Lucie e Saint Petersburgh. Em entrevista à WPTV-TV, o xerife do condado, Keith Pearson, afirmou que há "múltiplas vítimas" em uma casa de repouso próxima à cidade de Fort Pierce. Ao menos quatro pessoas morreram no condado e outras foram levadas a hospitais para tratar ferimentos. Em todo o estado, o número de vítimas chega a dez.

Milhões ficaram sem luz, e o fornecimento de água foi interrompido. Em St. Petersburg, o estádio de beisebol Tropicana Field ficou parcialmente destruído, mas ninguém se feriu. No começo da semana, o governador da Flórida, Ron DeSantis, havia dito que o local seria usado para abrigar 10.000 pessoas durante a limpeza dos escombros. Agora, as autoridades orientam que a área seja evitada.

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Milton é o 2º grande furacão no Golfo do México em duas semanas. A região ainda se recupera dos estragos causados pelo Helene, um furacão de categoria 4 que atingiu a costa da Flórida em 26 de setembro. Helene deixou um rastro de destruição até os Montes Apalaches, com chuvas torrenciais e inundações, tornando-se o desastre natural mais mortal a atingir o país desde o furacão Katrina, em 2005.

Categorias de furacão

Escala usada para classificar furacões existe há 55 anos. A escala Saffir-Simpson foi criada em 1969 pelo engenheiro civil Herbert Saffir e pelo meteorologista Robert Simpson. As categorias vão de 1 a 5 (sendo 5 o mais intenso, com ventos superiores a 251 km/h), e servem para calcular potenciais danos e preparar a população.

  • Categoria 5: furacões com ventos de velocidade igual ou superior a 252 km/h
  • Categoria 4: 209 a 251 km/h
  • Categoria 3: 178 a 208 km/h
  • Categoria 2: 154 a 177 km/h
  • Categoria 1: 119 a 153 km/h

Ao menos 301 furacões passaram pelos EUA entre 1851 e 2022. A Flórida somou 120 tempestades neste período e o Texas, 63. Depois, aparecem os estados da Louisiana (63), Carolina do Norte (58), Carolina do Sul (32), Alabama (23) e Georgia (21). Ao todo, 19 estados americanos já foram atingidos por algum tipo de furacão.

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