Dois brasileiros são detidos após Argentina mandar prender foragidos do 8/1
Dois dos 61 militantes bolsonaristas que vivem foragidos na Argentina foram detidos após a Justiça argentina ordenar que todos sejam presos pelos ataques golpistas do 8 de Janeiro.
O que aconteceu
Nesta sexta-feira (15), foi preso Rodrigo Moro Ramalho, condenado a 14 anos de cadeia. Como mostrou o UOL na quinta-feira (14), Joelton Gusmão Oliveira, condenado a 16 anos de prisão por golpe de Estado e outros crimes, foi detido em La Plata.
Os pedidos de extradição devem ser cumpridos pela polícia. A ordem foi determinada pelo juiz da Vara Federal número 3 Daniel Rafecas, segundo o UOL apurou com interlocutores do processo nos últimos dias.
Nesta sexta-feira (15), ao meio-dia, estava prevista uma audiência de Oliveira para tentar soltá-lo. Sua defesa já havia feito um pedido de soltura. Mas, até o final da tarde de hoje, ele seguia preso.
Seu advogado no Brasil, Bruno Jordano, disse que a prisão do cliente era ilegal. A justificativa da defesa é que Oliveira tinha autorização provisória para morar no país enquanto não tivesse aceito seu pedido de refúgio pela Conare (Comissão Nacional para os Refugiados).
Em um vídeo hoje, Ramalho afirmou que "pediram" para que ele se apresentasse. "Pediram para eu me apresentar. Vou cumprir com a lei. Não fiz nada de errado." Ele pediu orações aos amigos e se mostrou tranquilo.
Os processos de extradição chegaram do Brasil no Judiciário argentino com idas e vindas. Eles foram distribuídos a várias varas, mas o Ministério Público pediu a uma Câmara Federal para que todos ficassem num juiz só. A decisão foi manter na Vara número 3, do juiz Rafecas.
Ao menos 181 pedidos de refúgio de brasileiros foram solicitados à Conare (Comissão Nacional de Refugiados). O órgão, submetido ao gabinete do governo de Javier Milei, recebeu em 2023 apenas três pedidos de refúgio de brasileiros.
Os fugitivos que solicitaram refúgio receberam um documento que permite que tenham status de refugiados até a deliberação da Conare. Eles podem trabalhar e alugar casa no país vizinho.
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