Jatos russos e sírios bombardeiam noroeste da Síria após tomada de Aleppo
Do UOL
02/12/2024 10h50
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Jatos russos e sírios voltaram a bombardear o noroeste da Síria nesta segunda-feira, deixando pelo menos 25 mortos, segundo o serviço de resgate da oposição a Bashar Al Assad, conhecido como Capacetes Brancos.
Os ataques ocorreram após o regime sírio perder o controle da segunda maior cidade do país, Aleppo, tomada por uma coalizão de grupos rebeldes no fim de semana. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, os rebeldes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al Sham (HTS), ex-afiliado à Al Qaeda, dominam quase toda a cidade, à exceção dos bairros sob controle curdo.
A perda de controle de Aleppo é um duro golpe para o regime do presidente Al Assad, que vê seus principais aliados, Rússia, Irã e Hezbollah, engajados em outros conflitos e enfraquecidos.
Mundo sem água
Secas prolongadas serão cada vez mais frequentes e estão se tornando a "nova normalidade para bilhões de pessoas". A afirmação está no Atlas Mundial das Secas da ONU, lançado hoje para coincidir com a abertura da COP16 sobre degradação da terra e desertificação, realizada na Arábia Saudita.
De acordo com o estudo, até 2050, três em cada quatro pessoas serão afetadas de alguma forma pelas secas. Os pesquisadores alertam que as secas são "menos visíveis e atraem menos atenção do que eventos repentinos, como enchentes e terremotos", mas não devem ser subestimadas. Além do impacto sobre as pessoas, o fenômeno tem efeitos na produção de energia e de alimentos, no comércio global e em setores como o de transporte.
"Apocalipse" em Gaza
O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou hoje a situação na Faixa de Gaza como "terrível e apocalíptica" e disse que as condições enfrentadas pelos palestinos podem constituir "crimes internacionais da maior gravidade".
Segundo Guterres, Gaza tem agora "o maior número de crianças amputadas per capita do mundo", com "muitas perdendo membros e sendo submetidas a cirurgias sem anestesia".
A ofensiva israelense, iniciada após os ataques do Hamas a Israel de 7 de outubro de 2023, já deixou 44.466 mortos em Gaza, segundo os dados do Ministério da Saúde do território, que a ONU considera confiáveis.
Indústria bélica em alta
A venda de armas e serviços militares das 100 maiores empresas do setor cresceu 4,2% em 2023, segundo relatório do Instituto Internacional de Pesquisa para a Paz de Estocolmo (SIPRI). O setor faturou US$ 632 bilhões e, pela primeira vez, todas as companhias da lista tiveram uma receita superior a US$ 1 bilhão cada.
Segundo o SIPRI, o crescimento foi impulsionado pelos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio e pela alta na tensão na Ásia, e ocorreu apesar de as empresas ainda sofrerem com problemas na cadeia de fornecimento causados pela pandemia. "É provável que [esse aumento notável] continue em 2024", afirmou Lorenzo Scarazzato, pesquisador citado no estudo.
Biden perdoa filho
O presidente Joe Biden assinou nesse domingo o indulto presidencial ao filho Hunter Biden nos processos em que ele se declarou culpado de crimes financeiros e foi condenado por posse ilegal de armas e por mentir sobre seu uso de drogas ao pedir a licença para comprá-las.
Com a decisão, Hunter não corre mais o risco de ser preso. Biden havia prometido não perdoar o filho, mas disse ter mudado de ideia ao sentir que Hunter havia sido "processado seletiva e injustamente". Trump qualificou a medida de "um abuso e uma deturpação da justiça".
A ex-promotora federal Sarah Krissoff disse à BBC que há "muita verdade" nas alegações de Biden. "É muito incomum acusar [criminalmente] alguém por essa infração de arma", disse. "E crimes fiscais geralmente são resolvidos com algum tipo de acordo civil com a Receita Federal."
Trump ameaça o Brics
Donald Trump ameaçou impor uma sobretaxa de 100% sobre a importação de produtos dos países dos Brics, caso o bloco crie ou apoie outra moeda para substituir o dólar.
"Precisam encontrar outro idiota! Não há chance do Brics substituir o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar fazer isso deverá dizer adeus aos Estados Unidos", escreveu Trump em sua rede social, Truth.
Na última reunião de cúpula dos Brics, na Rússia, em outubro, o presidente Lula chegou a defender a criação de uma moeda comum ou de um sistema de compensação financeira dos países do grupo, mas as discussões ainda são incipientes.