Milei diz que buscará acordo de livre comércio com os EUA em 2025
Do UOL
11/12/2024 09h23
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Javier Milei afirmou nessa terça que buscará "impulsionar um acordo de livre comércio com os EUA" em 2025. O presidente argentino não deixou claro se buscará um tratado por meio do Mercosul ou apenas entre os dois países - o que é proibido pelas regras do bloco.
O anúncio foi feito em discurso que marcou o primeiro ano de seu governo. Milei chega ao final do período com a popularidade em alta, graças sobretudo à redução da inflação, que caiu de 12,8% em novembro do ano passado para 2,7% em outubro.
Por outro lado, a economia registrou uma queda de mais de 3%, e a pobreza cresceu mais 10%, afetando, pela primeira vez, mais da metade da população.
Detalhes do acordo Mercosul-União Europeia
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia prevê incentivos para a entrada de carros elétricos no Mercosul, com uma redução, daqui a seis anos, da tarifa de importação, que passará a ser de 25%, e isenção total em 18 anos. No caso dos veículos movidos a gasolina ou álcool, a tarifa também começa a cair em seis anos e será zerada depois de 30.
O tratado inclui uma cláusula que impõe a sua suspensão caso alguma das partes viole o Acordo de Paris sobre mudanças climáticas ou sofra uma ruptura democrática. Fechado na semana passada depois de 25 anos de negociações, o texto foi divulgado ontem no site da União Europeia. Para entrar em vigor, porém, ainda precisa da aprovação do Conselho da União Europeia e do Parlamento Europeu.
Saiba mais na reportagem de Jamil Chade.
Síria tem novo governo
O Hayat Tahrir al Sham (HTS), grupo rebelde que derrubou o regime de Bashar al Assad, nomeou Mohammed al Bashir como primeiro-ministro interino da Síria. Ele vai liderar um governo de transição, composto por representantes dos rebeldes e funcionários do antigo regime, até o começo de março.
Engenheiro de formação e aliado próximo do líder do HTS, Abu Mohammed al Jolani, Bashir era o primeiro-ministro da província de Idlib, no norte da Síria, que está sob controle rebelde desde 2011. Em sua primeira entrevista após o anúncio, à rede de TV catari Al Jazeera, Bashir disse que, depois de 13 anos de guerra civil, "é hora de estabilidade e calma".
Síria: Israel ataca
Israel afirmou ter destruído a maior parte do arsenal de armas estratégicas da Síria e disse pretender impor uma "zona de defesa estéril" no sul do país. Segundo o ministro da Defesa, Israel Katz, a área tampão não teria a presença permanente de tropas.
O anúncio ocorreu após Israel ter atacado e destruído cerca de 15 navios da Marinha síria que estavam atracados nos portos de Al-Bayda e Latakia. Tropas de Netanyahu também invadiram uma faixa de fronteira, mas o Exército negou relatos de que tanques estariam avançando em direção a Damasco.
Israel justifica as ações, dizendo que o seu objetivo é evitar que as armas do antigo regime sírio fiquem em posse de grupos radicais. A iniciativa foi condenada por países árabes, que acusam Israel de aproveitar a queda de Assad para expandir seu território, e pela ONU, que vê violação de tratados internacionais.
Tensão na Coreia
A situação política na Coreia do Sul continua tensa. Nesta quarta, a equipe de segurança do gabinete do presidente, Yoon Suk Yeol impediu o cumprimento de um mandado de busca e apreensão pela polícia em seu gabinete. A operação fazia parte de uma investigação em que Yoon é suspeito do crime de insurreição pela tentativa fracassada de impor a lei marcial na semana passada.
Ainda nesta quarta, o chefe do Comando de Guerra Especial do Exército, Kwak Jong-geun, disse que recebeu ordens do presidente para invadir o Parlamento e arrastar os parlamentares durante o auge da crise.
Autoridades também informaram que o ex-ministro da Defesa Kim Yong-hyun, preso desde domingo, tentou cometer suicídio durante a noite. Yoon Suk Yeol sobreviveu a um pedido de impeachment no sábado, mas haverá uma outra votação neste sábado.