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'Príncipes' de imóveis de luxo: quem são irmãos acusados de estupro nos EUA

Irmãos usariam drogas para "apagar" vítimas, que eram atraídas para viagens sem saber da intenção dos três Imagem: REUTERS/Kent Edwards

Do UOL, em São Paulo

12/12/2024 14h07

Três irmãos famosos no mercado de luxo dos Estados Unidos foram presos acusados de tráfico sexual. Tal Alexander, 38, e Oren Alexander, 37, são corretores especializados em imóveis milionários e chegaram a liderar o ranking de mais bem-sucedidos no setor. Eles e o irmão gêmeo de Oren, Alon Alexander, 37, foram indiciados por crimes cometidos em Nova York.

Ainda segundo a promotoria, os homens teriam abusado de "mais de uma dúzia" de mulheres entre 2010 e 2021, começando os ataques na época em que estavam no ensino médio.

Quem são os irmãos

Oren e Tal fundaram a corretora Official, com escritórios em Manhattan e Miami Beach. Alon, irmão gêmeo de Oren, não seguiu o mesmo rumo que os dois e se juntou a outro negócio que já era da família, uma empresa de segurança.

Oren e Tal já eram assunto na imprensa por ajudar a vender alguns dos imóveis mais caros do país. Entre seus negócios mais bem-sucedidos, está a negociação de uma cobertura de quase US$ 240 milhões (mais de R$ 1,4 bilhão), que na época se tornou o imóvel residencial mais caro da história dos Estados Unidos, segundo o jornal The New York Times.

Os irmãos são filhos de um corretor que fez sucesso no sul da Flórida. Tal e Oren decidiram entrar no negócio como um "time" em 2012, mas já em 2011 o mais novo entrou para a lista "30 under 30" da Forbes por ser um novato de destaque na área imobiliária.

Um ano depois de virarem uma dupla, eles já bateram o recorde de casa residencial mais cara vendida em Miami. Era uma mansão de US$ 47 milhões (R$ 281 milhões), construída pelo pai deles.

Com a integração no mundo dos bilionários, o casamento de Oren, em 2023, chegou a ganhar matéria na Vogue americana. Em junho, após o início das notícias sobre possíveis abusos, Tal e Oren renunciaram a seus cargos na corretora que fundaram.

Entenda o caso

Tal, Alon e Oren foram presos nesta quarta-feira (11) em Miami por acusações de tráfico sexual. Segundo a TV americana CBS, os três são acusados de usar seu dinheiro para atrair vítimas para viagens de luxo em locais isolados.

Durante viagens com as vítimas, os irmãos organizavam estupros coletivos. Algumas mulheres eram seduzidas sob a falsa promessa de começar um relacionamento com algum dos acusados, outras eram escolhidas aleatoriamente, sem ter contato prévio com o trio, dizem os documentos acessados pela imprensa local.

Os homens usavam drogas para "dominar" vítimas. Eles davam cocaína, cogumelos e GHB — que ficou conhecida nos anos 1990 como a "droga do abuso" — para impedir qualquer reação, algumas vezes "plantando" substâncias em drinques.

Depois dos abusos, eles tentavam comprar vítimas. De acordo com a BBC, algumas vítimas relatam que os irmãos ignoravam pedidos para que parassem e, no dia seguinte, davam presentes como ingressos para shows e itens de luxo.

Mensagens trocadas pelo trio estão entre provas. Nelas, os Alexander discutem sobre o orçamento para levar "vadias" até suas festas, que drogas eles deveriam comprar e formas de proteger suas reputações caso alguma "vagabunda" reclamasse sobre o comportamento do trio.

Antes da prisão pelos novos processos, denúncias de estupro começaram a vir à tona em junho. "Os réus usaram seu patrimônio e status para criar e facilitar oportunidades para abusar sexualmente de mulheres", afirmou o promotor Damian Williams em coletiva após a prisão.

Oren e Tal, parceiros de trabalho, seriam as figuras mais em destaque no esquema. Eles usavam seu sucesso no mercado imobiliário para atrair mais mulheres para eventos e festas.

O advogado de Tal não respondeu contatos de diversas mídias norte-americanas. Já a advogada de Alon, Isabelle Kirshner, afirmou ao site Business Insider que "seu cliente se declararia inocente e comentaria as acusações no local apropriado, o tribunal". Susan Necheles, que defende Oren, também disse ao New York Daily News que as alegações são falsas.

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