'Príncipes' de imóveis de luxo: quem são irmãos acusados de estupro nos EUA

Três irmãos famosos no mercado de luxo dos Estados Unidos foram presos acusados de tráfico sexual. Tal Alexander, 38, e Oren Alexander, 37, são corretores especializados em imóveis milionários e chegaram a liderar o ranking de mais bem-sucedidos no setor. Eles e o irmão gêmeo de Oren, Alon Alexander, 37, foram indiciados por crimes cometidos em Nova York.

Ainda segundo a promotoria, os homens teriam abusado de "mais de uma dúzia" de mulheres entre 2010 e 2021, começando os ataques na época em que estavam no ensino médio.

Quem são os irmãos

Oren e Tal fundaram a corretora Official, com escritórios em Manhattan e Miami Beach. Alon, irmão gêmeo de Oren, não seguiu o mesmo rumo que os dois e se juntou a outro negócio que já era da família, uma empresa de segurança.

Oren e Tal já eram assunto na imprensa por ajudar a vender alguns dos imóveis mais caros do país. Entre seus negócios mais bem-sucedidos, está a negociação de uma cobertura de quase US$ 240 milhões (mais de R$ 1,4 bilhão), que na época se tornou o imóvel residencial mais caro da história dos Estados Unidos, segundo o jornal The New York Times.

Os irmãos são filhos de um corretor que fez sucesso no sul da Flórida. Tal e Oren decidiram entrar no negócio como um "time" em 2012, mas já em 2011 o mais novo entrou para a lista "30 under 30" da Forbes por ser um novato de destaque na área imobiliária.

Um ano depois de virarem uma dupla, eles já bateram o recorde de casa residencial mais cara vendida em Miami. Era uma mansão de US$ 47 milhões (R$ 281 milhões), construída pelo pai deles.

Com a integração no mundo dos bilionários, o casamento de Oren, em 2023, chegou a ganhar matéria na Vogue americana. Em junho, após o início das notícias sobre possíveis abusos, Tal e Oren renunciaram a seus cargos na corretora que fundaram.

Entenda o caso

Tal, Alon e Oren foram presos nesta quarta-feira (11) em Miami por acusações de tráfico sexual. Segundo a TV americana CBS, os três são acusados de usar seu dinheiro para atrair vítimas para viagens de luxo em locais isolados.

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Durante viagens com as vítimas, os irmãos organizavam estupros coletivos. Algumas mulheres eram seduzidas sob a falsa promessa de começar um relacionamento com algum dos acusados, outras eram escolhidas aleatoriamente, sem ter contato prévio com o trio, dizem os documentos acessados pela imprensa local.

Os homens usavam drogas para "dominar" vítimas. Eles davam cocaína, cogumelos e GHB — que ficou conhecida nos anos 1990 como a "droga do abuso" — para impedir qualquer reação, algumas vezes "plantando" substâncias em drinques.

Depois dos abusos, eles tentavam comprar vítimas. De acordo com a BBC, algumas vítimas relatam que os irmãos ignoravam pedidos para que parassem e, no dia seguinte, davam presentes como ingressos para shows e itens de luxo.

Mensagens trocadas pelo trio estão entre provas. Nelas, os Alexander discutem sobre o orçamento para levar "vadias" até suas festas, que drogas eles deveriam comprar e formas de proteger suas reputações caso alguma "vagabunda" reclamasse sobre o comportamento do trio.

Antes da prisão pelos novos processos, denúncias de estupro começaram a vir à tona em junho. "Os réus usaram seu patrimônio e status para criar e facilitar oportunidades para abusar sexualmente de mulheres", afirmou o promotor Damian Williams em coletiva após a prisão.

Oren e Tal, parceiros de trabalho, seriam as figuras mais em destaque no esquema. Eles usavam seu sucesso no mercado imobiliário para atrair mais mulheres para eventos e festas.

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O advogado de Tal não respondeu contatos de diversas mídias norte-americanas. Já a advogada de Alon, Isabelle Kirshner, afirmou ao site Business Insider que "seu cliente se declararia inocente e comentaria as acusações no local apropriado, o tribunal". Susan Necheles, que defende Oren, também disse ao New York Daily News que as alegações são falsas.

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