Parentes de Assad são presas tentando fugir no Líbano, dizem autoridades
Do UOL, em São Paulo*
27/12/2024 14h34Atualizada em 27/12/2024 14h55
Duas familiares do presidente sírio deposto Bashar al Assad foram presas nesta sexta-feira (27) no aeroporto de Beirute, capital do Líbano. Elas tentavam pegar um voo para o Egito com passaportes falsos, segundo informado por autoridades libanesas à agência Associated Press.
O que aconteceu
Esposa e filha de um dos primos de Assad estavam ilegalmente no Líbano e tentavam fugir para o Egito, antes de serem presas. Segundo informado, sob anonimato, por autoridades judiciais e de segurança locais à AP, Duraid e Shams Assad foram detidas pela Segurança Geral Libanesa.
Relacionadas
Tio de presidente deposto teria viajado no dia anterior. O ex vice-presidente sírio e irmão mais novo do pai de Assad, Rifaat Assad, conseguiu pegar um voo para fora do país com seu passaporte verdadeiro na quinta-feira (26) sem ser detido, conforme informado pelos agentes de segurança.
Promotores federais suíços indiciaram Rifaat em março. Ele foi acusado de crimes de guerra e contra a humanidade por supostamente ordenar assassinatos e torturas há mais de quatro décadas. O tio de Assad liderou a unidade de artilharia que bombardeou a cidade síria de Hama e deixou milhares de mortos. Desde então, ele ficou conhecido em seu país pela alcunha de "Açougueiro de Hama", conforme a AP.
Milhares de sírios teriam entrado ilegalmente no Líbano na noite da queda de Assad, no início de dezembro. Ainda segundo apurado pela agência de notícias internacional, as viagens ao país vizinho ocorreram logo que as forças sírias insurgentes entraram em Damasco.
Autoridades libanesas informaram ainda que dezenas de membros do Exército sírio foram presos desde o início do mês. Mais de 20 membros da 4ª Divisão Blindada de elite do Exército Sírio, além de oficiais da inteligência militar e outros aliados das forças de segurança de Assad foram detidos no Líbano, alguns deles enquanto tentavam vender suas armas, informaram os agentes judiciais e de segurança à AP.
Ministério Público do Líbano também recebeu pedido da Interpol para que antigo diretor de Inteligência do Exército sírio fosse preso no país. O primeiro-ministro interino do Líbano, Najib Mikati, disse anteriormente à Reuters que o Líbano cooperaria com o pedido da Interpol para prender Jamil al-Hassan.