A 20 dias de posse, Trump usa ataque com oportunismo, diz especialista

A 20 dias de sua posse, Donald Trump utilizou o atropelamento que matou ao menos dez pessoas nos Estados Unidos com oportunismo político, apontou Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais, em entrevista ao UOL News desta quarta-feira (1).

Ao menos dez pessoas morreram e 35 ficaram feridas após o motorista de uma caminhonete atropelar uma multidão na madrugada desta quarta em uma avenida em Nova Orleans, cidade no estado de Luisiana. O FBI investiga o caso como um ato terrorista.

Trump não esperou a posse. Ele já se manifestou no Twitter dizendo que os mais perigosos criminosos que existem nos Estados Unidos são os que vêm de fora e não os que estão lá dentro. Um erro grave.

Porque o Shamsud Din Jabbar é nascido no Texas e há um detalhe muito importante para qualquer avaliação sobre isso, ele serviu nas Forças Armadas, inclusive em situações de combate no exército americano.

O que é que deixa mais preocupante? A bandeira do Estado Islâmico. No carro, ele tinha também vários explosivos, inclusive IEDs, explosivos improvisados, que só quem serviu nas Forças Armadas sabe fazer. Então, de algum modo, quando você olha para esse quadro, você observa que havia talvez uma preparação.

E talvez, que é o mais grave, que a imprensa americana já começou a sinalizar nesse sentido, de ele ser um lobo solitário. Esse ponto é muito importante, dele ser uma espécie de célula adormecida, de uma visão. Imediatamente depois do atentado, horas depois, o FBI assumiu o comando das investigações e acentuou o fato de que é um ato terrorista.
Leonardo Trevisan

Atentado preocupa opinião pública dos EUA

O especialista falou também ao UOL News que o atentado terrorista preocupa sim a opinião pública dos Estados Unidos, mas ainda é muito cedo para tirar qualquer conclusão.

Isso preocupa a opinião pública americana? Preocupa sim. Evidentemente esse atentado é completamente diferente daquelas trágicas, desumanas situações de ataques às escolas ou tiroteios massivos nos Estados Unidos, por várias razões. Ele tem um perfil diferente. Ah, ele tem um perfil que já é alguma coisa relativa à ascensão, à chegada de Donald Trump? Muito cedo para fazer uma observação como essa, embora as redes sociais nos Estados Unidos já estejam indo para esse lado, de que isso é mais ou menos uma ameaça.

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Para falarmos de um jeito bem brasileiro, está todo mundo jogando o seu jogo, aproveitando a situação para emitir opiniões. De concreto, é melhor que a gente espere as investigações do FBI, que provavelmente vão mostrar que se tratava, evidentemente, de uma célula terrorista organizada ou um ato isolado.
Leonardo Trevisan

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Opinião

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