Mãe de achado morto no Sena pede oração para filho 'descansar na paz e luz'
A mãe do fotógrafo Flávio de Castro Souza, encontrado morto em um ponto do Rio Sena, em Paris, pediu que a população para faça orações para o filho "descansar na paz e luz".
O que aconteceu
Marta Maria de Castro confirmou que o corpo do filho foi encontrado no Rio Sena, no último sábado (4). Segundo a mulher, em postagem nas redes sociais, o corpo estava "bem próximo" ao oceano.
Mãe do brasileiro disse que um cônsul entrou em contato com a sobrinha dela na quinta para informar que o corpo era mesmo do brasileiro. O consulado do Brasil em Paris informou a família de Flávio, que vive em Minas Gerais, que o cadáver foi retirado do rio e que testes de DNA permitiram identificá-lo. "Agradeço a todos pelo carinho, orações e apoio com Flávio, comigo e família durante esse tempo", escreveu Marta.
Peço que continuem orando pela família e pelo Flávio descansar na paz e luz. Gratidão.
Mãe de Flávio, em publicação nas redes
Em dezembro, a mãe de Flávio disse que o "filho é o mundo dela". Em entrevista ao Fantástico (TV Globo), Marta apontou que estava vivendo algo "que parece infinito". "Eu não desejo que nenhuma mãe nesse mundo venha sentir, passar, o que eu tenho passado. (...) Eu preciso estar aqui, de pé, para receber meu filho de volta. Ele é o meu mundo", afirmou, aos prantos, na ocasião.
Encontro do corpo
Rafa Basso, amigo de longa data de Flávio e que ajudou a polícia desde o início do processo, soube do óbito na quinta-feira (9). Nada foi divulgado antes que a mãe de Flávio, que tem problemas cardíacos, fosse informada da morte do filho.
Flávio deixou o próprio celular em um vaso de plantas no bar Les Ondes, perto da Torre Eiffel, na noite do dia 26 de novembro, data em que deveria voltar para o Brasil. Isso foi constatado após a verificação das imagens de segurança pública de Paris, em dezembro.
Em seguida, ainda de acordo com Rafa, as últimas imagens do fotógrafo à beira do Sena já davam indícios do que poderia ter acontecido. O mineiro já tinha caído no rio uma vez, na noite anterior. Na ocasião, foi resgatado e levado ao hospital. Após receber alta, caiu no rio novamente.
"A hipótese da polícia estava muito clara. A gente esperava o aparecimento do corpo no Sena, o que poderia demorar até seis meses ou não acontecer por causa da decomposição do corpo. A gente teve essa confirmação ontem pelo consulado, que comunicou a família e me comunicou", relata Rafa.
Ainda não há informações sobre o translado e sepultamento. "O corpo estava em estado avançado de decomposição e foi encontrado bem longe de Paris. O exame de DNA comprova que é o Flávio, por que eu levei uma escova de dentes dele", conta o amigo. "Uma autópsia revela que não há sinais de violência e que a causa da morte é o afogamento", detalha.
Relembre o caso
Flávio desembarcou em Paris em 1° de novembro para fotografar o casamento de uma amiga brasileira três dias depois, trabalho que realizou em parceria com seu sócio Lucien Esteban, que voltou dia 8 de novembro à Minas Gerais, onde ambos gerenciavam a empresa Toujours Fotografia.
O fotógrafo, que conhecia a França, falava o idioma fluentemente e tinha amigos na capital. Ele se organizou para permanecer mais algumas semanas com voo de retorno ao Brasil em 26 de novembro, dia em que teria caído no rio Sena pela primeira vez.
Conforme relatos da época, o acidente teria sido a poucos metros da torre Eiffel. Em seguida, Flávio foi atendido no hospital Georges Pompidou, também nas proximidades. O fotógrafo estava com hipotermia e teve alta por volta do meio-dia. Aparentemente consciente, Flávio teria pedido para prolongar em mais um dia a estadia no apartamento alugado no 13° distrito, perto da Praça de Itália.
Mas no dia seguinte, depois de horas sem contato de Flávio, amigos em Paris alertaram Lucien Esteban e familiares do fotógrafo no Brasil. Ao tentar contactar Flávio por telefone, funcionários do restaurante Les Ondes, no 16° distrito da capital, encontraram o celular do mineiro em um vaso de plantas e atenderam a ligação. O restaurante fica a poucos metros da beira do rio, onde provavelmente ocorreu a queda do fotógrafo.
(Com RFI)
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