Corina diz que Maduro 'cruza linha vermelha' e consolida 'golpe de estado'

María Corina Machado, uma das principais opositoras ao atual governo da Venezuela, acusou Nicolás Maduro de consolidar um golpe de estado no país e "cruzar a linha vermelha" da Constituição venezuelana ao tomar posse como presidente hoje (10).

Hoje, 10 de janeiro, Maduro consolida um golpe de estado. Diante dos venezuelanos e diante do mundo, decidiram cruzar a linha vermelha que oficializa a violação da Constituição Nacional. Pisoteiam nossa Constituição. Maduro viola a Constituição, além de ser flanqueado pelos ditadores de Cuba e Nicarágua. María Corina Machado, opositora de Nicolás Maduro

O que aconteceu

"Maduro não poderá governar à força uma Venezuela que decidiu ser livre", afirmou. Corina se manifestou nas redes sociais após a posse de Maduro e de sua "violenta interceptação", denunciada ontem por seus aliados, após discursar em um protesto contra o presidente.

A opositora também disse que a mobilização popular ontem foi uma derrota para o governo."A liberdade está perto", disse.

Corina disse ainda que orientou Edmundo González a não retornar à Venezuela. Ele se declarou vencedor das eleições presidenciais de julho, mesmo após Nicolás Maduro se dizer vencedor -- sem divulgar resultados das urnas. Um levantamento disponibilizado pelos opositores aponta que González recebeu 67% dos votos.

Opositora agradeceu população venezuelana. Em seu discurso, ela chamou de "valentes" os presentes na manifestação de ontem contra a posse de Maduro.

Ontem, 9 de janeiro, centenas de milhares de venezuelanos saíram às ruas com civismo, coragem e profundo amor. Mais de 180 protestos foram realizados em toda a Venezuela. Cada um dos venezuelanos que saiu às ruas representa o melhor que somos. Eu vi, junto a vocês, esse rio tricolor, o mais poderoso que já vi na minha vida, e me enche de orgulho. Porque apesar de enfrentarmos uma força repressiva brutal, derrotamos o medo. Ontem, eles perderam. A militarização total de Caracas e de outras cidades é uma demonstração de quem tem medo de quem. De quanto medo eles têm do povo. María Corina Machado

Corina apareceu em público após meses de isolamento

Opositora saiu da clandestinidade para liderar nesta quinta-feira (9) um protesto contra a posse do presidente. Machado chegou em uma caminhonete na concentração no bairro comercial de Chacao, em Caracas, observaram jornalistas da AFP.

"A Venezuela é livre!", exclamou diante dos manifestantes na véspera da posse do governante chavista. Vestida de branco e com uma bandeira em cima de um veículo, Machado chegou na concentração no bairro comercial de Chacao, em Caracas. Sua última aparição pública havia sido em 28 de agosto, um mês após as eleições que a oposição afirma que Maduro "roubou" de seu candidato Edmundo.

"Hoje toda a Venezuela foi para as ruas", celebrou Machado diante de milhares de apoiadores, com quem antes cantou o hino nacional. "Não temos medo!", repetiu, seguindo o coro dos manifestantes. "Chegamos até aqui porque tivemos uma estratégia robusta", continuou. "A partir de hoje, estamos em uma nova fase. A Venezuela é livre, vamos continuar."

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Ela chegou a compartilhar publicações no X sobre a sua participação no evento. Em um dos vídeos, com o punho cerrado, Corina, em cima de uma caminhonete, ouvia os gritos de "Liberdade" dos manifestantes.

Na rua, foi presa e liberada em seguida. A prisão foi informada à AFP uma fonte próxima à dirigente e a situação também foi divulgada pelo partido da opositora. A equipe política (Comando de Campanha Nacional de Corina e Edmundo González) denunciou na rede social X que a opositora "foi violentamente interceptada ao deixar a concentração".

Esta matéria está em atualização

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