Febre no Brasil, 'arminhas' de gel chegam à Argentina e geram preocupação
Réplicas de armas com projéteis de bolas de gel se popularizaram na Argentina nos últimos meses e preocupam as autoridades, segundo o jornal Clarín. Artefatos são hoje uma febre em várias partes do Brasil.
O que aconteceu
"Arminhas" entraram na Argentina via Paraguai. De acordo com o Clarín, elas têm sido contrabandeadas de um país para o outro e chegado a território argentino por meio da província de Misiones, que faz fronteira com Paraguai.
Auge da entrada se deu em dezembro. Segundo o jornal argentino, no último mês, as "arminhas" foram um presente de natal popular na região e começaram a chamar a atenção da polícia local.
Câmara Argentina da Indústria do Brinquedo se manifestou contra artefatos. A entidade afirmou que "arminhas" não são certificadas no país e podem perfurar olhos, provocar asfixia se disparadas contra boca e gerar outras lesões.
Novidade se espalhou pelo Brasil
Há registros de uso do artefato em São Paulo Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Sergipe. Visto como brinquedo, o objeto não é classificado assim pela legislação. Por conta disso, as réplicas de armas não são avaliadas pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia).
Nas redes sociais, falsas armas são vendidas por diferentes valores. Na internet, os valores do objeto - que já custou até menos de R$ 100 - se aproxima de R$ 500. Lojas no centro de São Paulo e vendedores ambulantes também estão oferecendo o produto.
Uso de armas envolve riscos para saúde. Lesões oftalmológicas causadas pelo impacto da bolinha de gel podem causar sangramentos e provocar descolamento da retina, glaucoma e perda de opacidade corneana. Algumas lesões podem evoluir para consequências mais graves, como a cegueira, caso não sejam tratadas.
Números impressionam. No Recife, a maior emergência oftalmológica do estado recebeu, entre 30 de novembro e 27 de dezembro, cerca de 90 pessoas feridas nos olhos por conta das guerras com arminhas. Em Olinda e Paulista, no Grande Recife, elas foram proibidas após deixarem dezenas de feridos.
Além dos riscos à saúde, as armas de gel representam risco para segurança pública. A semelhança com modelos reais faz com que as armas de gel sejam utilizadas para intimidação de vítimas e consolidação de crimes.
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