Lista da Interpol e necrotérios: como polícia procurou brasileiro em Paris
O corpo do fotógrafo brasileiro Flávio de Castro Sousa, 36, foi encontrado no rio Sena, em Paris, no último sábado (4), 39 dias após ser dado como desaparecido. No período, ele foi procurado em necrotérios e entrou para a lista amarela da Interpol.
O que aconteceu
Flávio viajou a Paris para fotografar o casamento de uma amiga. Ele pousou em Paris no dia 1º de novembro e realizou o trabalho ao lado de seu então sócio, Lucien Esteban, que retornou ao Brasil uma semana depois. O fotógrafo permaneceu na capital francesa e tinha a intenção de voltar para casa no dia 26 de novembro.
Brasileiro caiu no Sena e procurou por hospital antes de desaparecer. Na data que marca o sumiço, um amigo francês de Flávio relatou que não estava com ele no momento da queda no rio, na altura da Torre Eiffel. O fotógrafo foi liberado na sequência.
Após o acidente, ele estendeu a viagem por mais um dia. Ainda com as roupas molhadas, Flávio foi até a agência responsável pelo aluguel do apartamento onde estava hospedado e prorrogou a estadia por mais uma diária. Foi a última vez que o brasileiro foi visto com vida na capital francesa.
Celular de Flávio foi encontrado em um vaso de plantas. Na véspera da viagem de volta, a família tentou contato com o brasileiro e o telefone foi atendido por funcionários de um restaurante, localizado a poucos metros da beira do rio Sena. Ele já havia realizado o check-in antecipado, mas não embarcou no voo marcado para as 12h.
Polícia francesa visitou até necrotérios na busca por Flávio. Com o caso encaminhado para o Departamento de Desaparecidos da França, os agentes ampliaram as buscas para centros psiquiátricos e hospitais e necrotérios.
Itamaraty passou a acompanhar o desaparecimento. O Ministério das Relações Exteriores foi acionado pelo governador de Minas Gerais, Romeu Zema. A pasta afirmou estar em contato com as autoridades francesas e prestava assistência consular aos familiares no Brasil.
Nome de Flávio foi incluído na lista amarela da Interpol. A relação da Organização Internacional de Polícia Criminal é formada por alertas sobre pessoas desaparecidas. A decisão foi tomada após pedido da PF (Polícia Federal).
Familiares mantinham a esperança após desaparecimento. "Preciso estar aqui, de pé, para receber meu filho de volta. Ele é o meu mundo", afirmou a auxiliar de enfermagem Marta Maria de Castro, no dia 8 de dezembro em entrevista ao Fantástico (TV Globo). A tia do brasileiro disse que a cidade inteira de Candeias (MG) orava pela localização do sobrinho.
Corpo de Flávio de Castro Sousa foi localizado no último sábado (4). A confirmação foi feita pelo consulado brasileiro em Paris, com a identificação a partir de um exame de DNA. Segundo Rafa Basso, amigo de Flávio que auxiliou nas buscas, a informação oficial foi divulgada apenas na última quinta-feira (9).
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.