EUA continuarão a 'promover a paz pela força', diz Trump após cessar-fogo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, comemorou o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas e apontou que esse "apenas aconteceu" devido à sua vitória nas eleições presidenciais de novembro do ano passado.

O que aconteceu

EUA vão impedir que Gaza se torne "refúgio seguro para terroristas" novamente, diz Trump. O presidente eleito afirmou que sua equipe de Segurança Nacional vai agir com Israel para promover "paz através de força" no Oriente Médio. "Este é apenas o começo de grandes coisas que estão por vir para a América e, na verdade, para o mundo!", completou.

"Minha administração vai buscar a paz", diz presidente eleito. Trump escreveu que irá negociar acordos para "garantir a segurança de todos os americanos e nossos aliados", e que está contente com o retorno de reféns israelenses e americanos para suas casas.

Trump credita acordo de cessar-fogo a própria eleição, embora ainda não tenha tomado posse. "Conseguimos muito sem sequer estar na Casa Branca", publicou.

Apesar das confirmações, Netanyahu diz que ainda avalia acordo. O escritório do primeiro-ministro israelense emitiu uma nota afirmando que "o Hamas recuou no último momento de sua demanda para alterar a implantação de forças ao longo do Corredor de Filadélfia", mas que "esperam que os detalhes sejam finalizados esta noite".

Acordo de cessar-fogo foi aprovado no Qatar

Mais de 45 mil pessoas, em maioria palestinos, morreram no conflito. A crise começou quando, em 7 de outubro de 2023, o Hamas atacou Israel, num ato que gerou 1,3 mil mortos. A resposta por parte dos israelenses levou entidades como Anistia Internacional a denunciar um genocídio em Gaza.

Acordo foi negociado no Qatar entre Israel e Hamas. O pacto prevê a troca de reféns e prisioneiros em diferentes etapas, assim como a desocupação gradual da Faixa de Gaza por parte das tropas israelenses.

Qatar confirmou acordo e apontou que entrará em vigor no domingo (19). O primeiro-ministro do país, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, disse que a primeira fase durará 42 dias. Os detalhes dos procedimentos para a segunda e terceira fases serão finalizados durante a implementação da primeira fase. Ele ressaltou a "necessidade de ambas as partes se comprometerem com a implementação de todas as três fases do acordo" para evitar "derramamento de sangue civil".

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Biden disse que americanos serão parte da primeira onda de reféns libertos. O presidente dos Estados Unidos afirmou que o interesse de Israel é achar um fim definitivo para a guerra nas próximas seis semanas, mas que o cessar-fogo irá seguir mesmo se os envolvidos no conflito não chegarem a um meio-termo neste período.

Pacto quebra promessa de aniquilação do Hamas por primeiro-ministro. Netanyahu prometera que a guerra só acabaria quando o movimento extremista tivesse sido exterminado.

Comissária da União Europeia para o Mediterrâneo confirmou acordo. Apesar da postura de Netanyahu, Dubravka Suica indicou que "saúda o acordo de cessar-fogo e o acordo de reféns entre Israel e o Hamas, que trará o alívio tão necessário para as pessoas afetadas pelo conflito devastador". Segundo Suica, a União Europeia "continua empenhada em apoiar todos os esforços no sentido de uma paz e recuperação duradouras".

ONU ordenou entrada imediata de ajuda humanitária em Gaza. Além de bombas, os civis foram afetados pela fome e frio.

Israel divulgou fotos de reféns, mas afirmou que 98 continuam em Gaza. No X (antigo Twitter), a conta oficial do governo publicou: "Não os abraçamos há 467 dias". Entre os reféns, estão duas crianças, mulheres, idosos, adolescentes e jovens. O governo israelense acredita que todos os reféns ainda estão vivos, mas não tem a confirmação do Hamas sobre isso.

Hamas queria mapa da retirada de israelenses. Tel Aviv enviou ao grupo palestino os mapas dos locais que planeja realizar a evacuação das tropas e foi a resposta aceitando o plano que faltava para o pacto ser anunciado. O Hamas queria garantias de retiradas principalmente na região de fronteira entre Gaza e o Egito.

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Palestinos e israelenses foram às ruas para comemorar acordo. Veja algumas imagens:

 Palestinos reunidos em Khan Yunis, no sul de Gaza, comemoram cessar-fogo entre Hamas e Israel, que inclui libertação de milhares de prisioneiros palestinos e dezenas de reféns israelenses
Palestinos reunidos em Khan Yunis, no sul de Gaza, comemoram cessar-fogo entre Hamas e Israel, que inclui libertação de milhares de prisioneiros palestinos e dezenas de reféns israelenses Imagem: Ramadan Abed / Reuters
15.jan.2025 - Comemoração na Palestina após acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel
15.jan.2025 - Comemoração na Palestina após acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel Imagem: Ramadan Abed/REUTERS
Defensores da soltura dos reféns israelenses levantaram tochas durante manifestações em Tel Aviv nesta quarta (15)
Defensores da soltura dos reféns israelenses levantaram tochas durante manifestações em Tel Aviv nesta quarta (15) Imagem: Ronen Zvulun / Reuters
Palestinos em comemoração nas ruas de Khan Younis, no sul de Gaza, após anúncio de cessar-fogo entre Hamas e Israel nesta quarta (15)
Palestinos em comemoração nas ruas de Khan Younis, no sul de Gaza, após anúncio de cessar-fogo entre Hamas e Israel nesta quarta (15) Imagem: Hatem Khaled / Reuters

O que prevê o acordo

Primeira etapa

Retorno dos reféns: Durante seis semanas, 33 reféns israelenses dos cerca de 98 mantidos em Gaza pelo Hamas serão soltos. A lista vai incluir crianças, mulheres, soldados do sexo feminino, homens com mais de 50 anos, feridos e doentes. Em troca, Israel irá liberar cerca de 1.000 prisioneiros palestinos de suas cadeias. No total, Israel conta com 12 mil palestinos detidos.

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Retirada das tropas: Israel iniciaria uma retirada gradual de suas tropas, principalmente na fronteira entre Gaza e o Egito, conhecido como corredor Filadélfia.

Retorno dos palestinos: A população teria a permissão para voltar ao norte de Gaza, e a passagem de Rafah entre o Egito e Gaza começaria a ser reaberta gradualmente. Isso, porém, valeria apenas para quem estiver desarmado.

Socorro da ONU: O governo de Israel ainda permitirá mais ajuda humanitária desesperadamente necessária em Gaza, com a entrada de 600 caminhões por dia, dez vezes mais do que é autorizado hoje. Na ONU, as agências já trabalham para que o plano seja imediatamente implementado.

Segunda etapa

Duas semanas depois do início do processo, seriam iniciadas negociações para uma segunda leva de troca de reféns, incluindo soldados e civis mais jovens. Em troca, haveria uma retirada completa das tropas de Israel de Gaza.

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