Trégua em Gaza: ONU vê 'crime de guerra' após Israel matar 12 pessoas

Após o início da trégua entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, ataques israelenses na Cisjordânia mataram ao menos 12 pessoas desde a última terça-feira (21), segundo divulgado pelo escritório de Direitos Humanos da ONU nesta sexta-feira (24).

O que aconteceu

Além dos mortos, dezenas ficaram feridos na região, segundo a ONU. "Nosso escritório verificou que pelo menos 12 palestinos foram mortos e 40 ficaram feridos pelas forças de segurança israelenses desde terça-feira, a maioria deles supostamente desarmada", afirmou Thameen Al-Kheetan, porta-voz do escritório da ONU durante coletiva de imprensa nesta sexta.

Porta-voz das Nações Unidas condenou ataques israelenses. "As operações israelenses mortais dos últimos dias suscitam uma profunda preocupação com o uso desnecessário ou desproporcional da força", disse aos jornalistas. Ele citou ainda apreensão relacionada aos "planos" de Israel de expandir ocupação na Cisjordânia e comparou campanha israelense a "crime de guerra".

Também estamos preocupados com os comentários repetidos de algumas autoridades israelenses sobre os planos de expandir ainda mais os assentamentos e uma nova violação da lei internacional. Lembramos mais uma vez que a transferência de Israel de sua própria população civil para os territórios que ocupa também equivale a um crime de guerra
Thameen Al-Kheetan, porta-voz do escritório de Direitos Humanos das Nações Unidas

Ataques ocorreram após trégua anunciada em Gaza. O acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, que entrou em vigor no domingo (19) na Faixa de Gaza, é considerado "frágil" por especialistas. A trégua prevê o fim das hostilidades para uma primeira fase de seis semanas, na qual 33 reféns israelenses devem ser libertados em troca de 1.900 prisioneiros palestinos. Os primeiros deles já foram liberados no início da semana e a expectativa é que outros sejam soltos nos próximos dias.

Especialistas ouvidos pelo UOL acreditam que a pausa é temporária e que Israel continuará com operações militares em Gaza para desmantelar infraestrutura do Hamas. No último sábado (19), Benjamin Netanyahu fez um pronunciamento em que voltou a ameaçar cancelar o cessar-fogo (leia mais aqui).

*Com AFP e Reuters

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