Trump começa a expulsar e prender imigrantes; organizações jurídicas reagem

Anunciando mais de 500 prisões e centenas de deportados em quatro dias de governo, o presidente dos EUA, Donald Trump, escala ações para coibir a presença de imigrantes no país, mas enfrenta repercussões que colocam "obstáculos" em algumas das suas promessas que vão contra a constituição.
O que aconteceu
Juiz bloqueou temporariamente medida de Trump que visava restringir cidadania por nascimento. O juiz federal John Coughenour considerou a tentativa de eliminar o direito à cidadania no nascimento como "flagrantemente inconstitucional", atendendo ao pedido de quatro estados.
Procuradores e grupos ativistas também se mobilizaram contra a medida. Representantes judiciais de 22 estados, incluindo Nova Jersey e Connecticut, além de grupos como a American Civil Liberties Union, levaram a questão à Justiça.
Mudança causaria "reinterpretação" na 14ª Emenda da Constituição. A emenda garante cidadania a todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos. Apenas 35 países oferecem cidadania por nascimento sem restrições, incluindo várias nações da América Latina.
Este foi o primeiro revés judicial enfrentado pelo presidente em seu segundo mandato. O procurador-geral Matt Platkin informou que o presidente "não pode, com um simples toque de caneta, fazer com que a 14ª Emenda deixe de existir".
Trump afirmou que vai recorrer à decisão. "Apelaremos, óbvio", disse o republicano após ser questionado no Salão Oval.
Ações contra imigração
Redes sociais oficiais da Casa Branca anunciaram 538 prisões e "centenas de deportados". "Isso é somente uma prévia", diz publicação feita na rede social X. O perfil oficial do governo divulgou os nomes e os crimes cometidos por alguns dos imigrantes presos.
Trump assinou decretos de "emergência nacional" relacionados à migração assim que assumiu a presidência. Ele anunciou o envio de tropas à fronteira sul e disse que "deportaria milhões", seguindo promessas da sua campanha.
Serviço de imigração foi denunciado por prefeito. Na quinta-feira, o prefeito de Newark, em Nova Jersey, Ras Baraka, disse que agentes do Serviço de Imigração e Alfândega "invadiram um estabelecimento local (...) detendo moradores e cidadãos sem documentos, sem apresentar uma ordem judicial".
No início da semana, o Congresso, de maioria republicana, aprovou uma lei para prorrogar a prisão preventiva de estrangeiros suspeitos de crimes.
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