'Comecem a fazer malas': quem é o eleito de Trump para comandar deportações
O plano de deportação em massa de imigrantes ilegais dos EUA é comandado por Tom Homan, escolhido pelo presidente Donald Trump como controlador da fronteira do país com o México.
Quem é Tom Homan
Chamado de "czar da fronteira", Homan trabalha no local desde 1984. Ele começou sua carreira como policial na pequena cidade de West Carthage, mas deixou-a quando ingressou na Patrulha da Fronteira em 1984. Lá, trabalhou como agente, investigador e supervisor antes de ser contratado pelo ICE (Serviço de Imigração e Controle de Aduanas dos Estados Unidos) em 2003, durante sua criação.
No governo Obama, realizou a maior operação de deportação da história americana. Em 2013, Homan foi apontado pelo então presidente como diretor associado executivo de operações de execução e remoção do ICE e contribuiu com o recorde de 432 mil deportações em um ano. Dois anos depois, foi premiado pelo democrata com um Presidential Rank Awards, concedido pelos presidentes a oficiais do governo.
No primeiro mandato de Trump, Homan foi chefe de órgão de deportação. Ele foi diretor do ICE no governo Trump, entre janeiro de 2017 e junho de 2018, ano em que resolveu se aposentar para passar mais tempo com a família. Em 2021, recebeu a Medalha de Segurança Nacional do republicano.
Ele é considerado o criador da política de separação de famílias. O ex-policial foi o primeiro a propor, em 2014, que as forças americanas separassem pais imigrantes de seus filhos, com a intenção de desencorajar novos estrangeiros a entrarem ilegalmente no país. Ele defende a deportação de imigrantes ilegais e o tratamento severo com estrangeiros que atravessem a fronteira ilegalmente. Homan liderou um aumento de 40% na prisão de imigrantes sob Trump e chegou mesmo a prender mulheres grávidas.
Homan também é dono de uma instituição de caridade contra imigrantes. Ele fundou a Border 911, organização sem fins lucrativos que diz querer "educar o povo americano sobre os fatos de uma fronteira não segura".
O "czar da fronteira" chamou política imigratória de Biden de "suicídio político". Durante a Convenção Nacional Republicana, em julho, o ex-diretor do ICE disse em discurso: "Tenho uma mensagem para os milhões de imigrantes ilegais que Joe Biden permitiu que entrassem no país, violando a lei federal. Comecem a fazer as malas, porque você está indo para casa!".
Trump volta em janeiro, eu estarei em seus calcanhares voltando, e comandarei a maior força de deportação que este país já viu. Eles não viram merda nenhuma ainda. Esperem até 2025.
Tom Homan, em discurso na Conferência Nacional do Conservadorismo
Escolas e igrejas como alvos de operação
Autoridades do governo Trump consideram fazer operações em áreas consideradas sensíveis, como escolas e igrejas. São nesses locais que, segundo eles, os imigrantes "se escondem". Em entrevista à ABC News, Homan disse que nenhuma outra agência de segurança pública está proibida de entrar em determinados locais da mesma forma que o ICE.
"Esses são oficiais [do ICE] bem treinados, com muita discrição, e quando se trata de um local sensível, ainda haverá supervisão", disse. "Mas os oficiais do ICE devem ter discrição para decidir se uma ameaça à segurança nacional ou uma ameaça à segurança pública [está] em um desses locais."
Homan segue com uma postura dura contra imigrantes ilegais. "Há consequências de entrar ilegalmente no país", disse. "Se não mostrarmos que há consequências, nunca resolveremos o problema da fronteira", completou.
Segundo ele, o plano de deportação em massa está apenas "nos estágios iniciais". O controlador da fronteira afirmou que as ameaças à segurança pública e à segurança nacional são uma "prioridade" e "conforme essa oportunidade se abrir, haverá mais prisões em todo o país". "Se você está no país ilegalmente, você tem um problema", afirmou.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.