Fala de Trump sobre Gaza é indício de crime de guerra, diz professor
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A fala do presidente americano, Donald Trump, que prometeu tomar Gaza e expulsar os palestinos que vivem na região, pode ser interpretada como crime de guerra, opinou o professor de Relações Internacionais Paulo Velasco durante entrevista ao UOL News, do Canal UOL, nesta quarta-feira (5).
Um ato como este pode se caracterizar como limpeza étnica e ser interpretado inclusive como um crime de guerra, inclusive como um crime de guerra, mas dificilmente teria consequências práticas para a pessoa do Donald Trump. Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais
Na noite de terça-feira, Trump chocou o mundo ao anunciar seu plano, ao lado do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ao anunciar o plano de expulsar os palestinos que vivem em Gaza. Ele, no entanto, não explicou como e quando isso ocorreria. A ideia foi alvo de condenações tanto por parte de aliados como de adversários dos EUA.
A gente sabe que existem, de fato, cortes internacionais. Eu te dou o exemplo aqui da mais importante delas, que é o Tribunal Penal Internacional, que foi criado, habilitado para julgar crimes de guerra, crimes contra a humanidade, homicídios.
Mas os Estados Unidos, como é sabido, não são parte do Estatuto de Roma, que criou o Tribunal Penal Internacional, essa corte instalada em Haia aí no início dos anos 2000. Então, dificilmente alguma liderança americana poderia ser de alguma maneira acionada a partir do Tribunal Penitenciário e eventualmente condenada.
Então, ele [Donald Trump] parece pouco se importar com esse tipo de declaração. Se pudesse levar adiante essa ideia bizarra, acho que ele o faria, inclusive, mas me parece complicado diante das reações que haverá, inclusive de aliados europeus. Paulo Velasco, professor de Relações Internacionais
Lajst: 'Trump puxa a corda até chega a meio-termo com árabes'
No UOL News, o cientista político André Lajst afirmou que Trump está "puxando a corda" e pedindo o impossível para chegar a um meio-termo com árabes ao dizer que irá tomar Gaza e expulsar os palestinos que vivem na região.
Eu acho que, talvez, o Trump está puxando a corda até o final, pedindo o que é impossível de ser colocado em prática, para chegar no meio-termo com os países árabes. De eles aceitarem cuidar de Gaza nos próximos anos, dando fim ao concordo com Hamas, e governar a Faixa de Gaza enquanto um governo palestino possa substituir o Hamas. André Lajst, cientista político, que mora em Israel
Assista ao trecho no vídeo abaixo
Embaixador: 'Trump brinca com a segurança mundial'
No UOL News, Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil, afirmou que Donald Trump está brincando com a segurança mundial ao declarar que os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza e expulsarão os palestinos.
O mundo está consternado com o que parece ser uma brincadeira do presidente dos EUA. Gaza e a Palestina pertencem aos palestinos.
O presidente de uma superpotência está brincando com a segurança do mundo. Nós não vamos abrir mão dos nossos direitos, independentemente das declarações dele. É sábio retratar e, como superpotência, tem que defender a paz e não promover guerras, como as que se mantêm na área.
Ainda acredito no direito internacional. O mundo pagou duas guerras mundiais e um alto preço como humanidade e nós pagamos um alto preço como povo palestino. É hora de querer fazer valer realmente o direito internacional, e não o direito de uso da força. Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil
Assista ao trecho no vídeo abaixo
Quais os países na mira de Trump?
Desde que tomou posse em 20 de janeiro, Trump já comprou briga com diversos países, como China, Canadá, México, Dinamarca e o Panamá.
E a lista segue crescendo, já que na terça-feira o republicano afirmou que pretende tomar o controle da Faixa de Gaza, gerando críticas internacionais. Outro país que entra no discurso agressivo do presidente norte-americano é o Irã, ameaçado de sanções caso siga com seu plano nuclear e supostos planos de assassinar Trump.
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