Centenas de mulheres foram estupradas e queimadas em prisão no Congo

Detentas foram atacadas em sua ala na prisão de Munzenze, na cidade de Goma, no Congo, durante uma fuga em massa. Elas foram estupradas e queimadas vivas após os rebeldes do M23 chegarem à cidade, na manhã de 27 de janeiro. As informações são do The Guardian.

O que aconteceu

Rebeldes do M23, que são apoiados por Ruanda, chegaram em Goma no dia 27 de janeiro. Imagens mostram uma coluna de fumaça preta subindo da prisão de Munzenze pouco tempo depois.

Vivian van de Perre, vice-chefe da força de manutenção da paz da ONU em Goma, afirmou ao The Guardian que a área reservada às mulheres foi incendiada. Ao mesmo tempo, milhares de homens conseguiram escapar da prisão.

Houve uma grande fuga da prisão, com 4.000 prisioneiros escapando. Algumas centenas de mulheres também estavam naquela prisão. Elas foram todas estupradas e, em seguida, incendiaram a ala feminina. Todas morreram depois disso. Vivian van de Perre, ao The Guardian

Nesta segunda-feira (3), a Representante Especial do Secretário-Geral da ONU sobre Violência Sexual em Conflitos, Pramila Patten, afirmou que pelo menos 165 mulheres foram supostamente estupradas durante a fuga. "Estou profundamente preocupada com relatos alarmantes de um aumento nos estupros ao longo dos caminhos percorridos pelos grupos em conflito em Kivu do Sul, com relatos de mulheres sendo estupradas múltiplas vezes", afirmou Patten.

Representantes da ONU não conseguiram visitar a prisão para investigar o caso mais a fundo. A organização enfrenta desafios de segurança e dificuldades de acesso à prisão para investigação.

M23 declarou trégua humanitária

Na segunda-feira, o grupo M23 declarou um "cessar-fogo" humanitário no Congo a partir de terça-feira (4). Conflito já dura mais de três anos. Seis cessar-fogos e tréguas já foram declarados entre as duas partes, mas os acordos sempre são quebrados.

Os rebeldes tomaram a cidade de Goma, capital da província de Kivu do Norte, e avançam para Kivu do Sul. De acordo com uma fonte local em Bukavu entrevistada pela AFP, a cidade "permanece calma por enquanto", mas os relatórios sugerem que o M23 está "se reorganizando com reforços e entregas de armas para ir para a frente, agora que os combates terminaram em Goma".

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Estima-se que o M23 tenha um contingente de 3 mil efetivos. Desde o final de 2021, experimentou um importante crescimento com o apoio de entre 3 mil e 4 mil soldados do exército de Ruanda, conhecido por sua boa formação e equipamento.

(Com RFI e AFP)

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