Trump brinca com segurança do mundo, diz embaixador da Palestina no Brasil
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Donald Trump está brincando com a segurança mundial ao declarar que os Estados Unidos assumirão o controle da Faixa de Gaza e expulsarão os palestinos, afirmou Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil, em entrevista ao UOL News nesta quarta (5).
O presidente norte-americano disse, ao lado do primeiro-ministro de Israel Benjamin Netanyahu, que seu governo comandará a Faixa de Gaza, em "posição de propriedade de longo prazo", e que os palestinos devem se deslocar para outros países.
O mundo está consternado com o que parece ser uma brincadeira do presidente dos EUA. Gaza e a Palestina pertencem aos palestinos.
O presidente de uma superpotência está brincando com a segurança do mundo. Nós não vamos abrir mão dos nossos direitos, independentemente das declarações dele. É sábio retratar e, como superpotência, tem que defender a paz e não promover guerras, como as que se mantêm na área.
Ainda acredito no direito internacional. O mundo pagou duas guerras mundiais e um alto preço como humanidade e nós pagamos um alto preço como povo palestino. É hora de querer fazer valer realmente o direito internacional, e não o direito de uso da força. Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil
Alzeben frisou que os palestinos não sairão de seu território e que pretendem resolver a questão de forma pacífica.
Desde 1917 até o momento, estamos pagando por todas as agressões, limpeza étnica e genocídio. Os que ficamos, estamos apegados ao nosso território. Não vamos sair. Se vamos morrer nele, talvez será nosso destino. Defendemos a vida e não a morte. Queremos viver em nosso território com dignidade.
Preferimos resolver isso dialogando. Nós, como Autoridade Palestina e OLP [Organização para a Libertação da Palestina], sempre nos apegamos ao direito internacional, um direito natural de ficar em nosso território. Lamentavelmente, se tivermos que enfrentar o adversário, o que vamos fazer? Não temos outra escolha. Ibrahim Alzeben, embaixador da Palestina no Brasil
Josias: Lula fez bem ao mudar rota sobre Trump; silêncio seria inaceitável
Lula agiu de forma correta ao reagir às declarações de Donald Trump sobre os Estados Unidos assumirem o controle da Faixa de Gaza, afirmou o colunista Josias de Souza.
Lula vinha se esforçando muito para evitar o antitrumpismo primário, mas foi compelido a alterar essa estratégia.
Se Lula ficasse em silêncio depois que Trump ameaçou se apropriar da Faixa de Gaza, expulsando os palestinos da região, ele seria cúmplice do pró-trumpismo inocente que é cultivado por Bolsonaro e seus devotos, que aceitam todas as presunções do Trump a seu próprio respeito. Isso inclui concordar com a tese segundo a qual essa 'divindade laranja' retornou à Casa Branca porque tem uma inspiração divina e, portanto, indiscutível.
Historicamente, a diplomacia brasileira sempre defendeu a fórmula dos dois Estados como a saída para a pacificação do Oriente Médio. Não faria sentido o presidente silenciar diante de uma atrocidade verbal que foi cometida pelo Trump ao insinuar, após receber [Benjamin] Netanyahu [primeiro-ministro de Israel] na Casa Branca, que os EUA vão tomar na mão grande a Faixa de Gaza e erguer sobre os escombros o que ele chamou de uma 'Riviera do Oriente Médio'. Josias de Souza, colunista do UOL
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