De assassina de bebês a inocente: estudo pode livrar enfermeira da prisão
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A enfermeira condenada à prisão perpétua por supostamente matar sete bebês recém-nascidos no Reino Unido pode ser declarada inocente após o caso ser revisado.
O que aconteceu
Comissão independente não encontrou provas de que bebês foram assassinados após estudo ser apresentado. Um grupo de médicos revisou as evidências usadas pela polícia para condenar Lucy Letby pela morte de sete recém-nascidos e pela tentativa de matar outros seis bebês.
Especialistas concluíram que mortes aconteceram por causas naturais ou cuidados médicos precários. "Não encontramos nenhum assassinato. As provas usadas para condená-la são equivocadas", afirmou o médico Shoo Lee em coletiva de imprensa.
Advogados de Lucy entraram com recurso pedindo a revisão do caso por erro judicial. A Justiça britânica diz que começou a avaliar o recurso, mas que o processo poderá levar tempo pelo "grande volume de provas".
No julgamento, Lucy Letby foi descrita como a pior assassina de bebês da história recente do Reino Unido. O processo durou dez meses e chocou os britânicos.
Ex-ministro David Davis esteve na coletiva de imprensa e defendeu um novo julgamento. Ele diz que as condenações de Lucy foram "uma das maiores injustiças dos tempos modernos".
Relembre o caso
Em agosto de 2024, Lucy foi condenada a 14 prisões perpétuas pela morte de sete bebês e por tentar matar outros seis, sendo um deles alvo de duas tentativas. Os crimes foram cometidos entre 2015 e 2016 no Countess of Chester Hospital.
Segundo a investigação, a enfermeira injetava ar na corrente sanguínea e no estômago das crianças, aplicava doses muito altas de insulina ou dava leite em excesso para bebês prematuros ou doentes na UTI do hospital. A motivação do crime nunca foi descoberta e Lucy sempre se declarou inocente.
Durante a investigação, a polícia encontrou um bloco de anotações na casa de Lucy, que dizia: "Eu sou uma pessoa horrível e má. Eu sou má e fiz isso".
Como Letby acabou sendo acusada?
Ravi Jayaram, um médico do hospital, suspeitou do comportamento de Lucy e levou o caso à administração do hospital em 2015 e 2016, mas foi ignorado. Segundo a People, o médico disse ter visto Letby de pé ao lado de uma criança com o tubo de respiração desalojado, observando os níveis de oxigênio do bebê caindo e sem fazer nada. Ele interveio, mas o bebê morreu três dias depois.
Número de mortes subiu "inexplicavelmente" com a chegada de Lucy ao hospital, diz a acusação. As mortes eram descritas como "inexplicáveis" ou "inesperadas".
Em 2017, a polícia foi alertada novamente sobre o suposto comportamento estranho de Lucy. Em maio, foi aberta uma investigação sobre a morte dos bebês.
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