Rastreador de helicóptero dos EUA que bateu em avião estava desligado

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O helicóptero do Exército dos EUA que colidiu com um avião comercial e caiu matando 64 pessoas estava com o sistema de rastreamento por satélite desligado, segundo apurou o jornal The New York Times.
O que aconteceu
A tecnologia transmite informações precisas de posição, velocidade e altitude para a tela do controlador de voo e outras aeronaves. O sistema é chamado Automatic Dependent Surveillance-Broadcast (Transmissão de Vigilância Dependente Automática).
A informação é do senador Ted Cruz, que integra a comissão que realizou uma reunião sobre o acidente. O parlamentar é presidente da Comissão de Comércio, Ciência e Transporte do Senado americano, que se reuniu com a FAA (Administração Federal de Aviação dos EUA) e o NTSB (Conselho Nacional de Segurança no Transporte).
Cruz se declarou preocupado com o desligamento do ADS-B. Segundo o senador, o helicóptero também era equipado com um transponder - um dispositivo que transmite sua localização -, mas o ADS-B é considerado uma tecnologia superior e mais confiável.
Aeronaves militares podem desativar a tecnologia. De acordo com o NYT, durante missões de "continuidade do governo", os aviões e helicópteros militares podem desligar o ADS-B para evitar que ninguém possa rastrear para onde os oficiais do governo estão sendo levados.
Conselho ainda precisa coletar outras evidências da aeronave militar. Na reunião, a entidade responsável pela investigação de acidentes aéreos nos EUA, atualizou os parlamentares sobre o andamento dos trabalhos, e informou que ainda precisa de mais informações que serão recolhidas dos destroços do helicóptero - que ainda estão no rio e devem ser retirados na próxima semana.
Muitas perguntas ainda estão sem respostas, pontuaram senadores. Segundo o jornal americano, os integrantes da comissão não deram muitas informações após o encontro, mas já se sabe que o vetor militar fazia uma missão de treinamento para que um dos pilotos recebesse seu certificado anual de aeronavegabilidade.
Investigações preliminares indicaram que pilotos estariam usando óculos de visão noturna no momento do acidente. Jennifer Homendy, presidente do NTSB, informou que se os pilotos estivessem voando sem os óculos, eles poderiam se declarariam "sem ajuda", mas não há algo do tipo nos dados do gravador de voz da cabine. Mais análises são necessárias para chegar a uma conclusão definitiva sobre os óculos, disse ela.
Combinação de luzes pode ter afetado visão dos comandantes. Segundo ex-pilotos de Black Hawk - o modelo do helicóptero envolvido na tragédia - ouvidos pelo NYT, o conjunto de luzes ao redor do aeroporto pode ter afetado a capacidade dos pilotos identificarem o jato da American Airlines, que se aproximava para o pouso no momento da colisão.
O acidente

Um avião comercial da American Airlines com 64 pessoas, sendo 60 passageiros e quatro tripulantes, colidiu com o helicóptero militar, quando se preparava para pousar no Aeroporto Nacional Ronald Reagan, em Washington. As duas aeronaves caíram no rio Potomac. Não houve sobreviventes.
A capitã Rebecca M. Lobach voava com outros dois soldados. Eram eles o subtenente-chefe Andrew Eaves, de 39 anos, e o sargento Ryan Austin O'Hara, de 28 anos, que era o chefe da tripulação do helicóptero. Os três morreram. O Secretário de Defesa Pete Hegseth classificou o voo como "um retreinamento de voos noturnos de rotina" que seria realizado anualmente em "um corredor padrão para a continuidade de missões do governo".
A causa do acidente até o momento é desconhecida. Uma investigação já é conduzida pelo Comitê de Segurança Nacional de Transporte (NTSB, na sigla em inglês) e pela Administração Federal de Aviação (FAA), a Anac americana.
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