Trump impõe sanções a integrantes do Tribunal Penal Internacional

Donald Trump assinou ontem um decreto que impõe sanções contra integrantes do Tribunal Penal Internacional (TPI).
As medidas criam obstáculos a transações financeiras e à emissão de vistos americanos a funcionários e pessoas que auxiliem nos processos do tribunal, que é reconhecido por mais de 120 países, incluindo o Brasil.
Um comunicado da Casa Branca diz que o tribunal criou uma "vergonhosa equivalência moral" ao ordenar a prisão de líderes tanto do Hamas como de Israel, incluindo o primeiro-ministro Netanyahu, por crimes contra a humanidade.
O decreto assinado por Trump afirma que as ações recentes do TPI "criam um precedente perigoso", que pode expor americanos a "assédio, abuso e possível prisão".
Hoje, o TPI divulgou um comunicado condenando o decreto, que "busca prejudicar seu trabalho judicial independente e imparcial".
Assim como Israel, os EUA não reconhecem o TPI, que também ordenou a prisão do presidente russo, Vladimir Putin, por crimes cometidos na guerra contra a Ucrânia.
China pede a Panamá que resista a Trump
A China afirmou hoje que "lamenta profundamente" a decisão do Panamá de cancelar sua participação no acordo econômico da Nova Rota da Seda com Pequim, após pressões dos Estados Unidos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, também apelou para que o país "resista às interferências externas" e "leve em consideração os interesses a longo prazo das duas nações".
A saída do Panamá da Nova Rota da Seda foi anunciada ontem. Desde a posse, Trump vem pressionando o país a reduzir suas relações com a China e a dar tratamento preferencial a navios americanos no Canal do Panamá.
Em uma de suas primeiras entrevistas no cargo, o presidente americano se recusou a descartar o uso de força militar para retomar o canal, caso suas demandas não sejam atendidas.
Aiatolá: Não se deve negociar com Trump
O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, pediu hoje que o governo de seu país recuse qualquer negociação com os Estados Unidos.
"Não se deve negociar com um governo desses, é imprudente, não é inteligente, não é honroso negociar", disse Khamenei.
A declaração foi feita dois dias após Trump defender um "acordo de paz nuclear verificado" e depois de integrantes do governo iraniano dizerem estar dispostos a conversar com os EUA.
Durante seu primeiro mandato, Trump abandonou unilateralmente o Plano de Ação Conjunto Global, um acordo nuclear entre o Irã e potências internacionais, e impôs sanções ao país. Khamenei disse que o Irã foi "muito generoso" e fez "concessões", mas "não alcançou os resultados esperados".
Trump: Israel entregará Gaza aos EUA
Trump reafirmou ontem a intenção dos EUA de tomar a Faixa de Gaza. Em sua rede social, ele escreveu que ela "seria entregue aos EUA por Israel ao final do conflito".
"Os palestinos serão removidos para comunidades na região mais seguras e bonitas, com casas novas e modernas."
A declaração foi feita um dia após a tentativa de alguns integrantes do primeiro escalão do governo americano de suavizar a proposta feita na terça-feira por Trump, dizendo que o deslocamento dos palestinos seria temporário.
A fala do presidente dos EUA foi condenada por vários líderes internacionais e entidades de defesa dos direitos humanos. A remoção forçada de populações é considerada um crime de guerra pela 4ª Convenção de Genebra, da qual os EUA são signatários.
Presidente da COP30 pede ambição
André Corrêa do Lago, presidente da COP30, disse que não está preocupado com o atraso de vários países, inclusive a China e a União Europeia, em apresentar suas metas de cortes de emissões de gases do efeito estufa neste ano.
"O mais importante é que os países apresentem NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) ambiciosas como o Brasil fez, como o Reino Unido fez. Estamos muito atentos", disse em entrevista à agência France Presse.
O prazo termina, em tese, nesta segunda-feira. A negociação sobre as metas é um dos principais temas da conferência sobre o clima, marcada para novembro em Belém do Pará.
Corrêa do Lago também afirmou que, apesar de Trump ter anunciado sua saída do Acordo de Paris, o diálogo com os EUA continuará. "Como [o país] é membro da Convenção Quadro da ONU sobre Mudança do Clima, há várias formas de dialogar com o governo americano sobre isso."
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.