Após acordo, Venezuela recebe 1ª leva de deportados dos EUA da era Trump

Dois voos que partiram dos Estados Unidos com deportados venezuelanos devem chegar à Venezuela na noite desta segunda-feira (10), segundo informações do Ministério da Comunicação e Informação venezuelano. Os aviões são da estatal venezuelana Conviasa, e foram enviados aos EUA para transportar venezuelanos deportados pelos americanos.

O que aconteceu?

Chegada dos voos ocorre após visita do assessor de Trump, Richard Grenell, à Venezuela, no final de janeiro. Ele voltou ao país com seis americanos que estavam detidos pelo governo de Maduro. Em comunicado, o governo venezuelano informa que a Venezuela informou aos EUA que qualquer traslado de cidadãos do país deveria ocorrer com absoluto respeito à dignidade e aos direitos humanos e, diante disso, foi feita a proposta de envio dos aviões venezuelanos para buscar os deportados.

Desde a ruptura das relações entre os países em 2019, o governo venezuelano se recusava a aceitar cidadãos deportados. Houve um curto período de exceção durante o governo de Joe Biden nos EUA.

Não há informações claras sobre quem são os deportados que estão nos dois voos. Há o temor de que alguns se tornem vítimas de perseguição política.

Porém, segundo o governo venezuelano, dentre os deportados estão integrantes do Tren de Aragua. Trata-se da maior organização criminosa da Venezuela, ligada a crimes como roubos, sequestros e tráfico de drogas, entre outros. O governo afirma ter provas irrefutáveis de que este grupo teria sido recrutado pela oposição para gerar instabilidade e violência no país.

Não foram informados mais detalhes sobre os voos. Informações como o número de deportados, em qual cidade ocorrerá o pouso, e o horário específico da chegada não foram disponibilizadas.

O envio de aviões da estatal aos EUA integra um plano para repatriar venezuelanos que estão em vários países. Segundo o governo, o "Plano Volta à Pátria" visa trazer de volta venezuelanos que deixaram o país por motivos econômicos, e também pelo que o governo chama de "campanhas de guerra psicológica contra a Venezuela".

Comunicado é finalizado afirmando que a Venezuela espera um novo início de relações com os EUA. Esta relação seria baseada no respeito e cooperação em diversos setores, como combate ao crime e justiça.

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