Governo Lula não precisa responder à taxação do aço, avalia especialista

O governo Lula (PT) não precisa responder à taxação de aço imposta pelo presidente americano, Donald Trump, avaliou Arno Gleisner, diretor da Cisbra (Câmara de Comércio, Indústria e Serviços do Brasil), no UOL News, do Canal UOL, nesta terça-feira (11).

A taxação não foi imposta apenas ao Brasil. Ela foi imposta a todos os fornecedores de aço importados pelos Estados Unidos. Tanto ao Brasil pode haver um favorecimento ao produto americano, mas ele não pode também reagir tão rapidamente e aumentar a sua produção de maneira que a importação global dos Estados Unidos diminuiria. Isso não pode acontecer no curto prazo, nem no médio prazo. Então, não há uma repercussão grave de maneira nenhuma. Arno Gleisner, diretor da Cisbra

Ontem, Trump anunciou tarifas contra o aço, afetando potencialmente US$ 6 bilhões em exportações brasileiras. Os problemas podem ser ampliados ainda nesta semana, diante da promessa do americano de que irá aplicar uma política de reciprocidade tarifária. As tarifas contra o aço devem chegar a até 25%.

Segundo fontes ouvidas pelo jornal Folha de S.Paulo, o governo Lula estuda taxar plataformas digitais norte-americanas como medida de retaliação. Caso isso aconteça, serviços digitais de Amazon, Facebook, Instagram, Google e Spotify —uma empresa sueca— seriam afetados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que era preciso aguardar o anúncio oficial dos EUA.

Ao Canal UOL, o especialista explicou o impacto na geração de empregos que as medidas adotadas por Trump podem causar.

Não, nesse momento não há essa possibilidade. No longo prazo, caso a indústria americana substitua as atuais importações, o que é praticamente impossível, eles não têm essa condição de fazê-lo, por várias razões, desde a energia, aos próprios investimentos, a matéria-prima, Então, voltando aos empregos, nesse momento não há risco nenhum, não vejo risco de perda de emprego. Arno Gleisner, diretor da Cisbra

Arno também falou sobre as intenções do governo americano e um eventual aumento de preços com a substituição do produto.

Talvez, [o que Trump faz] não seja apenas para negociar e sim, para fortalecer realmente a indústria americana e pode ser que seja mantido indefinidamente, justamente visando que a indústria americana tenha condições de substituir uma parte, pelo menos, das importações. Isso, em princípio, não há como acontecer em 100% das importações, mas num percentual pequeno, sim. E, principalmente, eles vão ficar, nesse momento, mais lucrativos dentro do seu próprio mercado.

Para Arno, mesmo com todo efeito inflacionário que possa ter dentro dos Estados Unidos, eles não terão como deixar de importar o aço brasileiro.

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Sim, com as consequências que podem vir daí, ou seja, consequências da inflação, consequências do próprio estímulo à industrialização americana, porque no início o estímulo existe em função de um mercado protegido, mas sabemos que isso não se sustenta, não é sustentável no longo prazo. Então, é muito possível que isto apenas dure durante alguns meses, é a possibilidade Arno Gleisner, diretor da Cisbra

Pai de vítima de tráfico humano: 'meu filho está com corpo machucado'

No UOL News, Antonio Carlos Ferreira, pai de um dos jovens brasileiros, vítimas de tráfico humano em Mianmar, após receberem propostas de emprego pelo Telegram, disse que o filho dele foi espancado e eletrocutado enquanto era mantido no cativeiro. Os dois brasileiros conseguiram fugir e, depois, foram resgatados no país asiático.

O meu filho falou que está com o corpo todo machucado, marcado, de choque, de pancada, que aqueles malditos fizeram com eles. O mundo tem que olhar para Mianmar. Antonio Carlos Ferreira, pai de Phelipe de Moura Ferreira, refém em Mianmar

Phelipe de Moura Ferreira, 26, e Luckas Viana dos Santos, 31, se tornaram vítimas de tráfico humano em Mianmar entre outubro e novembro, após aceitarem supostas propostas promissoras de emprego na Tailândia, por meio do aplicativo de mensagens Telegram. Os dois ficaram presos em uma fábrica em Myawaddy, onde eram forçados a trabalhar 15 horas por dia. Sob ameaças e tortura, eles eram obrigados a aplicar golpes digitais em pessoas de outros países.

No sábado (8), ambos conseguiram escapar ainda pela madrugada e, dois dias depois, foram encontrados e detidos por agentes do DKBA (Exército Democrático Karen Budista), grupo armado de rebeldes dissidentes das Forças Armadas de Mianmar, que vive sob regime ditatorial militar há quatro anos e é dominado por milícias armadas pró e contra o governo. Na sequência, Phelipe e Luckas foram levados para uma prisão, onde aguardam transferência para a Tailândia com o auxílio de uma organização civil internacional de combate ao tráfico humano.

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