Em mudança diplomática drástica, EUA sugerem partilha da Ucrânia

Uma mudança significativa na abordagem diplomática dos EUA sobre o conflito Rússia x Ucrânia entrou em pauta nesta quarta (12). A iniciativa de Donald Trump em dialogar diretamente com Putin e Zelenski sobre o confronto representa uma mudança de foco para negociações de paz rápidas, com concessões territoriais da Ucrânia, sem expansão da Otan, com a Europa assumindo a maior parte da responsabilidade pela defesa ucraniana, e com um diálogo mais próximo com a Rússia, que diverge da política anterior de Joe Biden e de outros líderes ocidentais.

A nova postura dos EUA, expressa pelo secretário da Defesa dos EUA, Pete Hegseth, indica, no entanto, que a Ucrânia poderá ter que fazer concessões territoriais e adiar a adesão à Otan. A reação da Europa a estas iniciativas sugere uma discordância quanto a decisões unilaterais sobre o futuro da Ucrânia. Veja os principais fatos do dia:

Trump inicia negociações de paz. O presidente dos EUA, Donald Trump, telefonou para o presidente russo Vladimir Putin e, em seguida, para o presidente ucraniano Volodimir Zelenski, marcando um grande passo para negociações de paz. Trump declarou que as negociações para acabar com a guerra na Ucrânia começariam "imediatamente". Leia reportagem de Jamil Chade.

Conversa Trump-Putin: A conversa telefônica entre Trump e Putin durou 90 minutos. O Kremlin confirmou que Putin convidou Trump a visitar Moscou e se mostrou pronto para receber oficiais americanos na Rússia para discutir áreas de interesse mútuo, incluindo a situação na Ucrânia.

Conversa Trump-Zelenski: Trump informou Zelenski sobre a conversa com Putin. Os dois líderes discutiram possibilidades para alcançar a paz e concordaram em trabalhar juntos.

Mudança na política dos EUA: O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que o retorno da Ucrânia às fronteiras anteriores a 2014 é "irrealista", assim como a adesão da Ucrânia à Otan. Hegseth também indicou que os EUA não enviarão tropas para a Ucrânia e que a Europa deve assumir a responsabilidade pela sua própria defesa.

Posição da Europa: Líderes europeus, como os de França, Alemanha e Espanha, insistem que o futuro da Ucrânia não pode ser decidido sem a participação da própria Ucrânia e da Europa. Eles afirmam que a segurança europeia não pode ser decidida sem a Europa.

Libertação de detidos: A Casa Branca anunciou a libertação de dois bielorrussos e um cidadão americano que estavam detidos na Bielorrússia. Um dos bielorrussos libertados é um jornalista da Radio Free Europe/Radio Liberty.

Guerra em Gaza: A situação em Gaza se agrava, com Israel ameaçando retomar os "combates intensos" caso o Hamas não liberte mais reféns israelenses até sábado. Países árabes se opõem ao plano de Trump de deslocar palestinos de Gaza para o Egito e Jordânia. Uma pesquisa mostra que 64% dos americanos são contra o plano de Trump de "assumir" Gaza.

Acordo Econômico Ucrânia-EUA: Zelenski propôs um acordo para os EUA investirem em minerais na Ucrânia, o que, segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, poderia servir como "escudo de segurança" para a Ucrânia.

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