Quem é o novo bilionário chamado para ajudar Musk no governo Trump
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O bilionário americano Joe Gebbia, cofundador do Airbnb e um dos amigos mais próximos de Elon Musk, assumirá um posto na equipe do magnata sul-africano, que integra o governo de Donald Trump. As informações são do The New York Times.
O que aconteceu
Gebbia é o 290º na lista dos ricos do mundo. O empresário, nascido em 21 de agosto de 1981 em Atlanta, na Geórgia, se formou na Faculdade de Design de Rhode Island, onde obteve diplomas em Design Gráfico e Design Industrial. Foi lá onde conheceu Brian Chesky e Nathan Blecharczyk, com quem, em 2008, fundou o Airbnb.
Ele acumula uma fortuna de US$ 9,5 bilhões (R$ 57,15 bilhões), segundo a Forbes. Nos primórdios da companhia, Gebbia era o responsável pelo design de produto e experiência do usuário. Com o passar do tempo, foi deixando essas atividades e se dedicando a parte de negócios da empresa. Atualmente, faz parte do conselho de administração da Airbnb e manter quase 7% das ações da companhia.
Envolvimento com negócios envolvendo moradia são sua marca. Em 2016, quando deixou as funções diárias no Airbnb, Gebbia fundou a Samara, uma startup constrói casas personalizadas e produzidas em fábrica. O magnata é, também, um dos sócios do San Antonio Spurs, time da liga de basquete americana, a NBA.
O bilionário se comprometeu a doar mais da metade de sua fortuna quando morrer. Gebbia é signatário da Giving Pledge, organização filantrópica fundada por Bill Gates (criador da Microsoft) e Warren Buffet (CEO da Berkshire Hathaway) em 2010, que incentiva as pessoas e famílias com grandes fortunas em todo o mundo a contribuir com uma parte significativa de sua riqueza para causas sociais.
Gebbia também integra o conselho da Tesla, empresa automobilística de Musk. De acordo com o NYT, o designer de 45 anos se aproximou do dono do X (antigo Twitter) nos últimos anos, principalmente depois de o sul-africano demonstrar interesse na compra de uma das casas produzidas pela Samara.
Ainda não está clara qual será sua função e o quão formal será seu papel no governo. O cofundador do Airbnb foi convidado por Musk para integrar o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, em inglês). Criado em 2014 como Serviço Digital dos EUA para corrigir os serviços online do governo federal, o órgão foi reestruturado na administração de Donald Trump para reduzir a burocracia federal.
Posição política do magnata deu guinada na última eleição. Antes da posse de Trump, Gebbia reconheceu o voto no republicano e afirmou que sempre votou em candidatos democratas desde as eleições de 2000. Em 2016, por exemplo, ele doou mais de US$ 200 mil (R$ 1,14 milhões) para a campanha de Hilary Clinton e Joe Biden, e mais US$ 20 mil (R$ 114,8 mil) na campanha do ex-presidente em 2020.
Mudança de rumo político aconteceu graças a entusiasta do movimento antivacina. Gebbia é próximo de Robert F. Kennedy Jr., e o considera como um aliado político. O sobrinho do ex-presidente John F. Kennedy é secretário de Saúde americano e já questionou a eficácia de vacinas em diversas oportunidades, tendo, inclusive, divulgado notícias falsas sobre a imunização durante a pandemia.
As polêmicas do Departamento de Musk
Órgão tem como papel "aconselhar" governo. O departamento liderado por Musk funcionará até julho de 2026. Segundo Trump, ele "abrirá caminho para que a administração desmantele a burocracia governamental".
Parte do enxugamento adotado pelo DOGE envolve a demissão de mais de 65 mil funcionários do governo. Segundo o New York Times, o número representa menos de 3% do funcionalismo público norte-americano e faz parte de um "programa de demissão voluntária" sugerido pelo departamento de Musk.
Críticas a agências e funcionários públicos. Desde o ano passado, Musk publicou no X nomes de funcionários federais da área climática que ele não sabia o que fazia, fez críticas a agências federais, como a Usaid (agência voltada a ajuda internacional) - a qual chamou de "organização criminal" - e tem colocado funcionários de licença administrativa para não atrapalhar suas ações no DOGE.
Desmonte do Estado e deterioração da carreira pública. Especialistas ouvidos pelo UOL concordam que cortes sem critério têm risco de desincentivar o funcionalismo público e, no curto prazo, podem atrapalhar o atendimento ao público em diferentes frentes. "Se tiver uma nova pandemia, trabalhadores de agências de saúde vão preferir ir para empresas. E essas pessoas têm anos de experiência e sabem de regulação para implementar políticas", exemplifica o professor da Georgetown, David Super.
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