2ª fase de cessar-fogo: Hamas se diz disposto a liberar reféns de uma vez

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Israel e Hamas iniciarão negociações indiretas sobre a segunda fase do acordo de cessar-fogo em Gaza, disseram autoridades nesta terça-feira (18). O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, exigiu a desmilitarização de Gaza para um acordo. Do outro lado, o Hamas afirmou que entregará mais reféns nesta semana.
O que aconteceu
As negociações para a segunda fase do cessar-fogo visam garantir a libertação dos 64 reféns restantes. Porém, elas também incluem questões como a administração da Gaza pós-guerra, em que há grandes diferenças entre os lados e pode dificultar as negociações. Essa etapa prevê, ainda, a retirada total das tropas de Israel da Faixa de Gaza e um cessar-fogo permanente.
O cessar-fogo em Gaza começou em 19 de janeiro e deve ter três fases. As negociações para a segunda fase do acordo deveriam ter começado em 4 de fevereiro, mas o Qatar, que, juntamente com o Egito e os Estados Unidos, está mediando entre os lados, afirmou que as negociações ainda não começaram oficialmente.
"Isso acontecerá nesta semana", afirmou Saar. Os termos da segunda fase, que visa pôr fim definitivo à guerra e libertar todos os reféns, devem ser finalizados até 2 de março.
O Hamas está disposto a liberar todos os reféns de uma só vez na segunda fase do acordo. A informação é de um líder do grupo, Taher al-Nunu, que deu entrevista à AFP nesta quarta-feira (19). Ele não confirmou quantos reféns permanecem em cativeiro na Faixa de Gaza.
No total, 251 pessoas foram sequestradas. Setenta ainda estão retidos em Gaza, dos quais pelo menos 35 morreram, segundo o Exército israelense.
Sobre o futuro de Gaza, Saar afirmou que um "modelo Hezbollah" não seria aceitável para Israel. "Precisamos de uma desmilitarização total de Gaza e nenhuma presença da Autoridade Palestina. Não aceitaremos a presença contínua do Hamas ou de qualquer outra organização terrorista em Gaza".
Na segunda-feira (17), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou que "deve respeitar" a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a Faixa de Gaza. "Assim como me comprometi que no dia seguinte à guerra em Gaza não haja mais nem o Hamas nem a Autoridade Palestina, devo respeitar o plano do presidente dos Estados Unidos Trump para a criação de uma Gaza diferente", afirmou.
A Arábia Saudita receberá na próxima sexta-feira (21) uma cúpula para apresentar uma resposta à iniciativa, que gerou indignação internacional. Outros países árabes devem participar.
Reféns serão liberados esta semana
Khalil al-Hayya, líder do Hamas em Gaza, afirmou que seis reféns vivos serão libertados no sábado (22). Os corpos de outros quatro reféns serão devolvidos na quinta-feira (20). As informações foram confirmadas pelo gabinete de Netanyahu.

O fórum de familiares de reféns identificou o nome das seis pessoas que retornarão no sábado. "O fórum das famílias de reféns aplaude com profunda alegria o retorno de Eliya Cohen, Tal Shoham, Omer Shem Tov, Omer Wenkert, Hisham al Sayed e Avera Mengistu no sábado", declarou o coletivo em um comunicado.
Até o momento, 19 reféns israelenses foram devolvidos. Em troca, Israel libertou 1.134 palestinos. Se os seis reféns vivos e os quatro corpos forem devolvidos esta semana, conforme anunciado, restarão mais quatro. Com base em informações do Hamas, acredita-se que todos os quatro estejam mortos.
Uma possível segunda fase deve permitir o retorno de todos os reféns. Já a terceira e última etapa será dedicada à reconstrução da Faixa de Gaza, para a qual a ONU calcula que serão necessários mais de US$ 53 bilhões (R$ 302 bilhões).
(Com AFP, Reuters e RFI)
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