Trump chama Zelensky de ditador e diz ele 'deve atuar rápido' contra guerra

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou nesta quarta-feira (19) seu homólogo ucraniano, Volodimir Zelensky, de ditador. A declaração é mais um capítulo na história tensa que vive a relação entre Kiev e Washington.
O que aconteceu
Mandato do ucraniano terminou em 2024. Zelensky, que foi eleito para um mandato de cinco anos, está completando nesta quarta exatos 9 meses a mais como presidente. A lei ucraniana prevê a possibilidade de não haver eleições durante períodos de guerra.
Zelensky, um ditador sem eleições, deve atuar rápido ou não lhe restará um país Donald Trump, presidente dos Estados Unidos
Resposta veio após ucraniano dizer que americano vive em um "espaço de desinformação". Desde que assumiu o governo, Trump tem se aproximado da retórica de Moscou, demonstrando um alinhamento cada vez mais afinado com o presidente Vladimir Putin.
Infelizmente, o presidente Trump, por quem temos grande respeito como líder do povo americano... vive nesse espaço de desinformação Volodmir Zelensky, presidente da Ucrânia
Americano já havia atacado o ucraniano nesta semana. Ontem, Trump questionou a legitimidade de Zelensky enquanto presidente e seu desejo de encontrar uma solução para o conflito. Ele também o considerou culpado pela invasão russa na Ucrânia, fazendo coro à justificativa de Moscou que a guerra só começou porque os ucranianos queriam se juntar à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
O magnata americano disse, sem provas, que parte da ajuda enviada pelos Estados Unidos aos ucranianos foi "desviada". Trump afirmou que Washington "deu US$ 350 bilhões" (R$ 1,9 trilhão na cotação atual) para a Ucrânia e acusou o mandatário ucraniano de não saber "onde estava metade do dinheiro", mas o Kiel Institute for the World Economy coloca a ajuda dos EUA em US$ 114,2 bilhões (R$ 650,6 bilhões) desde 2022.
Enviado dos EUA para "ouvir as preocupações" ucranianas chegou hoje a Kiev e se reunirá com Zelensky. Keith Kellogg será o responsável por tentar esclarecer a posição de Washington e adotou tom conciliador em sua chegada. "Entendemos a necessidade de garantias de segurança. Temos muito claro que é importante na soberania desta nação. Parte de minha missão é sentar, ouvir suas preocupações no que diz respeito aos Estados Unidos", disse.
Zelensky afirmou que quer o fim da guerra em 2025 e que a Ucrânia "não está a venda". Um assunto que deve ser pauta no encontro entre o enviado americano e o presidente ucraniano é o acordo proposto pelos EUA sobre os recursos minerais de seu país. Washington esperava obter acesso a 50% dos minerais estratégicos da Ucrânia como compensação por sua ajuda militar e econômica. O acordo foi negado pelo europeu.
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