Líderes europeus tentam reduzir tensões com Trump

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Tensões transatlânticas. Emmanuel Macron, o presidente da França, tentou mesclar cordialidade e resistência branda com o governo Trump. Em Washington, Macron chamou Trump de "Caro Donald" diversas vezes, buscando enfatizar a história compartilhada entre França e EUA, além de destacar o progresso em direção a um acordo de paz sustentável e forte para a Ucrânia. No entanto, Macron também rebateu as alegações de Trump sobre o financiamento europeu à Ucrânia, afirmando que a Europa tem fornecido "dinheiro de verdade".
Ele ainda criticou as ameaças de tarifas sobre bens de consumo europeus como contraproducentes, questionando como a Europa poderia aumentar os gastos com segurança e defesa em meio a uma guerra comercial. A visita de Macron faz parte de uma série de esforços diplomáticos europeus, com o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, também se reunindo com Trump e a chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, circulando por Washington. A Europa enfrenta o desafio de manter os EUA engajados e ativos, dado o papel crítico do apoio militar e financeiro americano na resistência da Ucrânia e a importância dos EUA como parceiro comercial.
Ucrânia busca acordo mineral com os EUA em meio a preocupações com a segurança. Kiev fechou um acordo com Washington para a exploração conjunta de recursos minerais, na esperança de melhorar as relações com o governo Trump e abrir caminho para um compromisso de segurança de longo prazo dos EUA. O acordo estabeleceria um fundo para o qual a Ucrânia contribuiria com 50% dos rendimentos da "futura monetização" de recursos minerais estatais, incluindo petróleo e gás, e logística associada. O fundo investiria em projetos na Ucrânia. Embora o acordo não contenha garantias de segurança explícitas, autoridades ucranianas argumentam que ele amplia o relacionamento com os EUA e reforça as perspectivas da Ucrânia após três anos de guerra. A versão final do acordo exclui os recursos minerais que já contribuem para os cofres do governo ucraniano.
Trump enfrenta resistência interna em seu plano de corte de impostos. Republicanos na Câmara dos Representantes dos EUA enfrentam crescente oposição interna ao plano de corte de impostos de Donald Trump, no valor de US$ 4,5 trilhões. Republicanos linha-dura exigem cortes de gastos mais profundos e se opõem ao orçamento atual. Enquanto isso, parlamentares de distritos indecisos estão preocupados com o impacto em programas sociais. Dúvidas sobre a unidade dos Republicanos na Câmara levaram os Republicanos no Senado a aprovar sua própria resolução orçamentária como um plano B.
O Departamento de Eficiência Governamental (Doge) está no centro de controvérsias e mudanças no governo dos EUA.
Supervisão de Elon Musk: O bilionário Elon Musk supervisiona o Doge, atuando como conselheiro da Casa Branca. O Doge, que também é uma referência à criptomoeda favorita de Musk, inicialmente surgiu como uma comissão externa ao governo, mas Musk tem desempenhado um papel ativo na reformulação do governo federal.
Êxodo de servidores: 21 funcionários do Doge renunciaram em protesto contra ações do departamento. Esses funcionários, anteriormente ligados ao Serviço Digital dos EUA (USDS), declararam que se recusam a utilizar suas habilidades técnicas para comprometer sistemas governamentais, colocar em risco dados de cidadãos americanos ou desmantelar serviços públicos essenciais.
Preocupações com dados e segurança: Há preocupações sobre o acesso irrestrito a dados governamentais buscado por associados de Elon Musk, levantando temores de uso indevido de dados pessoais de americanos. Os funcionários que renunciaram alertaram que muitos dos contratados por Musk para reduzir o tamanho do governo federal são ideólogos políticos sem as habilidades ou experiência necessárias.
Cortes e resistências: O Doge tem promovido cortes na força de trabalho federal, levando a demissões, afastamentos e licenças administrativas. Essas ações geraram protestos e desafios legais.
Resposta do governo: A Casa Branca minimizou as demissões e reafirmou o compromisso de Trump em tornar o governo federal "mais eficiente e responsável". Amy Gleason foi nomeada administradora interina do US Doge Service.
Legado do USDS: O Serviço Digital dos EUA (USDS), que agora está integrado ao Doge, foi estabelecido durante o governo Obama para modernizar serviços como a Previdência Social, serviços para veteranos, declaração de impostos e auxílio a estudantes.
Starmer aumenta gastos com defesa e reduz ajuda internacional. O primeiro-ministro britânitco, Keir Starmer, estabeleceu planos para aumentar os gastos com defesa para 2,5% da renda nacional até 2027, enquanto as negociações de paz para encerrar a guerra na Ucrânia ganham ritmo. Para financiar o aumento nos gastos com defesa, Starmer disse que cortaria o orçamento de ajuda internacional do Reino Unido. A medida foi elogiada pelo Secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, que a chamou de "um passo forte de um parceiro duradouro".
Kremlin duvida da afirmação de Trump de que a Rússia aceitaria tropas europeias na Ucrânia. O Kremlin parece ter rejeitado a alegação de Donald Trump de que Vladimir Putin está aberto à presença de tropas europeias de manutenção da paz na Ucrânia, ressaltando a relutância de Moscou em se alinhar aos esforços de Trump para encerrar rapidamente a guerra, apesar de uma melhora nas relações. O porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, referiu-se a uma declaração anterior de que tal medida seria inaceitável para Moscou. A rejeição do Kremlin às forças ocidentais na Ucrânia pode representar um grande teste inicial para a equipe de Trump no tratamento de uma reprimenda pública de Moscou, e também expõe a influência limitada de Washington sobre a disposição de Putin em fazer concessões.
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