Líderes europeus pedem respeito a Zelensky: 'Vocês não estão sozinhos'
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Líderes europeus se posicionaram a favor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky após o bate-boca de hoje com o presidente dos EUA, Donald Trump, em um encontro no Salão Oval da Casa Branca.
O que aconteceu
Após bate-boca, presidente francês pediu respeito ao povo ucraniano. "Há um agressor, que é a Rússia, e há um povo agredido, que é a Ucrânia. É preciso respeito por aqueles que estão lutando desde o início", disse Emmanuel Macron.
Primeiro-ministro da Espanha manifestou apoio à Ucrânia em seu perfil no X. "Ucrânia, a Espanha está com vocês", escreveu Pedro Sánchez.
O primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, reafirmou o apoio à Ucrânia. Nas redes sociais, ele disse que "a Ucrânia pode sempre contar com Portugal", fazendo menção ao líder ucraniano.
"Querido Zelensky, queridos amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos", escreveu Donald Tusk, primeiro-ministro da Polônia. "O apoio à Ucrânia continua inabalável", disse Margus Tsahkna, ministro das Relações Exteriores da Estônia.
Líderes da Alemanha, Áustria, Romênia, Croácia, Finlândia, Países Baixos, Noruega, República Tcheca, Lituânia, Eslovênia e Moldávia também prestaram solidariedade a Zelensky. O líder ucraniano agradeceu o apoio de todos nas redes sociais.
A presidente da União Europeia declarou solidariedade ao presidente ucraniano. Na rede social X, Ursula von der Leyen pediu para Zelensky ser forte, corajoso e destemido. "Você nunca estará sozinho, caro Presidente. Continuaremos trabalhando com vocês por uma paz justa e sustentável", publicou a líder do bloco.
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-- Ursula von der Leyen (@vonderleyen) February 28, 2025
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Climão na Casa Branca
Trump e Zelensky levantaram a voz durante um confronto em reunião. Discussão começou quando Zelensky pediu repetidamente a Trump que fosse cauteloso em relação à Rússia e questionou a diplomacia feita pelos Estados Unidos. O presidente dos EUA afirmou que o presidente ucraniano foi "desrespeitoso" na Casa Branca.
O presidente dos EUA afirmou que Zelensky tem que "ser grato". O ucraniano insiste que os EUA precisam dar um respaldo de segurança a qualquer força de paz europeia enviada após um acordo de cessar-fogo entre Ucrânia e Rússia. "Isso é crucial, é sobre isso que queremos falar, isso é muito importante", disse Zelensky na Casa Branca.
"Você está apostando com a Terceira Guerra Mundial", afirmou Trump a Zelensky. O presidente norte-americano também voltou a sugerir que a Ucrânia é a culpada pela invasão russa, ao afirmar que o ucraniano "se permitiu ficar em uma posição muito ruim".
Trump também afirmou que Zelensky rompeu acordos com "Obama, Bush, Biden". "Não sei se você consegue sem os EUA. O seu povo é muito bravo. Podemos ter um acordo ou a gente sair dessa. E não vai ser bonito se a gente sair dessa. Você não está com as cartas".
Por fim, Trump fez um ultimato a Zelensky: "Faça um acordo ou estamos fora". A reunião terminou sem que o acordo fosse assinado.
Trump orientou a sua equipe a dispensar o presidente ucraniano da Casa Branca. O republicano, furioso com a situação no Salão Oval, pediu ao chefe de diplomacia, Marco Rubio, que informasse para Zelensky que não haveria condições para uma negociação e que era hora do líder do país europeu deixar a sede do governo estadunidense, segundo apuração do colunista do UOL, Jamil Chade.
Acordo ameaçado
Zelensky estava em Washington para assinar um acordo de exploração mineral conjunta com os EUA de recursos ucranianos. Inicialmente, Trump defendia que os EUA deveriam recuperar os US$ 500 bilhões investidos na Ucrânia durante a guerra com a Rússia, o que foi rejeitado por Zelensky.
Para assinar o acordo, Kiev pediu garantias de segurança para desestimular a Rússia de lançar um novo ataque no futuro. A Ucrânia também exigiu o envio de tropas de manutenção de paz quando houvesse um acordo de cessar-fogo com a Rússia. Os EUA deixaram claro que não enviariam suas tropas, mas acolheram a sugestão do envio de soldados de países europeus.
Donald Trump chamou Zelensky de ditador na semana passada. "Zelensky, um ditador sem eleições, deve atuar rápido ou não lhe restará um país", afirmou. Mandato do ucraniano terminou em 2024, mas a lei prevê a possibilidade de não haver eleições durante períodos de guerra.
Ataque do republicano ao ucraniano veio durante a semana de alfinetadas mútuas entre os dois. Antes, Zelensky havia afirmado que Trump vivia em um "espaço de desinformação" promovido pela Rússia, já que o americano tem se mostrado cada vez mais próximo de Vladimir Putin e com uma retórica bem alinhada a de Moscou.
Desde a conversa telefônica entre Vladimir Putin, presidente russo, e Donald Trump, há um temor na Europa de que os EUA se afastem da UE e Ucrânia. Autoridades norte-americanas e russas conversaram nesta semana sobre um possível fim da guerra, em um encontro sem a presença de ucranianos ou europeus.
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