Trump e Zelensky adotam tom conciliador

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Donald Trump e Volodymyr Zelensky adotaram um discurso mais conciliador ontem, após o bate-boca entre os dois líderes na sexta-feira na Casa Branca. "Nosso encontro (...) não aconteceu como deveria", afirmou Zelensky na rede social X nessa terça. "É lamentável que tenha sido assim. É hora de corrigir as coisas."
O presidente ucraniano também agradeceu o apoio dos EUA na guerra contra a Rússia e disse que deseja trabalhar sob a "forte liderança" do presidente americano para conseguir uma paz duradoura na Ucrânia.
Em seu pronunciamento ao Congresso ontem à noite, Trump leu trechos de uma carta que recebeu de Zelensky nos mesmos termos e disse ter "aprovado" o gesto de Zelensky.
A redução das tensões ocorreu um dia após autoridades do governo Trump afirmarem que os EUA suspenderiam por tempo indeterminado toda a ajuda militar à Ucrânia.
Trump ameaça o Brasil
No seu discurso ao Congresso, Trump afirmou ontem que os EUA imporão tarifas alfandegárias a todos os países que taxam importações americanas. "Em 2 de abril, as tarifas recíprocas entrarão em vigor, e qualquer tarifa que outros países impuserem a nós, nós imporemos a eles. Isso é recíproco, vai e volta."
Trump incluiu o Brasil, como exemplo, na lista de "incontáveis países" que, na sua visão, "cobram tarifas tremendamente mais altas" do que os os EUA.
Ontem, entraram em vigor nos EUA as tarifas de 25% sobre as importações do México e do Canadá e o adicional de 10% sobre as compras da China. Em retaliação, China e Canadá também elevaram suas tarifas sobre produtos americanos, e o México afirmou que adotará medidas na semana que vem.
No entanto, o secretário de Comércio, Howard Lutnick, disse em entrevista à Fox News que Trump iria anunciar ainda hoje um acordo com o Canadá e com o México.
China quer crescer 5%
A China anunciou hoje uma meta de crescimento do PIB de "cerca de 5%" neste ano, igual à do ano passado. O objetivo foi anunciado pelo primeiro-ministro Li Qiang durante a abertura da sessão anual da Assembleia Popular Nacional (APN), o principal evento político anual do país.
Para chegar lá, o governo pretende estimular a demanda interna, criar 12 milhões de empregos e elevar o déficit orçamentário a 4% do PIB. As medidas visam fazer frente à crise no setor imobiliário, ao consumo frágil e ao elevado índice de desemprego entre os jovens.
Além dos problemas econômicos internos, a China deve enfrentar os efeitos da guerra comercial com os EUA, o que pode afetar suas exportações. O anúncio do governo chinês foi recebido com ceticismo por economistas e analistas do mercado financeiro.
Plano árabe para Gaza
Líderes de países árabes aprovaram ontem um plano de US$ 53 bilhões (cerca de R$ 310 bilhões) proposto pelo Egito para a reconstrução da Faixa de Gaza. A proposta prevê a permanência dos palestinos no território, a construção de 200 mil moradias e de um aeroporto.
A origem do dinheiro ainda não está clara, e o tema deve ser discutido em uma conferência convocada para o mês que vem. Também não está claro quem administraria a Faixa de Gaza e qual seria o papel do Hamas, que venceu as últimas eleições democráticas nos territórios palestinos, em 2006.
O plano árabe é uma resposta à proposta de Donald Trump de remover os palestinos de seu território para transformar a Faixa de Gaza em um resort à beira do Mediterrâneo.
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