Cúpula europeia discute rearmamento em meio a crise com EUA e Rússia

Líderes europeus e Volodymyr Zelensky chegaram hoje a Bruxelas para uma reunião do Conselho Europeu que ocorre em um momento definido tanto pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, como pelo presidente francês, Emmanuel Macron, como um "divisor de águas" na história do continente.

O principal tema da pauta é o rearmamento dos países do continente para fazer frente à "ameaça russa" e à perspectiva de redução ou eliminação da ajuda militar americana.

Ontem, em discurso à nação, Macron afirmou que a França está aberta a discutir a cessão de seu arsenal nuclear para a defesa de aliados europeus. E o provável futuro chanceler alemão, Friedrich Merz, defendeu o afrouxamento das regras fiscais do bloco para permitir mais investimentos em defesa.

EUA isentam carros do México e do Canadá

O governo americano concedeu um mês de isenção tarifária aos automóveis produzidos no México e no Canadá e importados de acordo com as regras do tratado comercial entre os três países.

O anúncio foi feito um dia após a entrada em vigor das taxas de 25% sobre todos os produtos mexicanos e canadenses.

"O presidente está aberto à possibilidade de outras isenções", disse a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. "Sabemos que os preços estão subindo para os americanos."

A isenção foi tomada após reuniões do governo com representantes das montadoras Ford, GM e Stellantis (dona da Chrysler). A notícia levou a uma recuperação dos mercados de ações nos EUA, que haviam desabado no dia anterior por causa da entrada em vigor das novas tarifas.

Suprema Corte bloqueia cortes decretados por Trump

A Suprema Corte dos EUA rejeitou ontem um recurso do governo Trump e manteve a decisão de um juiz federal que ordenou o pagamento de US$ 2 bilhões a organizações de ajuda internacional pelo trabalho já realizado até o dia 26 de fevereiro.

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A verba havia sido bloqueada por Trump no primeiro dia de seu mandato, em 20 de janeiro, quando o republicano suspendeu por 90 dias toda a ajuda internacional do governo americano.

A derrota do governo, por 5 votos a 4, ocorreu apesar da maioria conservadora no tribunal, que tem seis juízes indicados por presidentes republicanos e apenas três por democratas.

Foi uma das primeiras manifestações da Suprema Corte sobre as iniciativas de reforma radical do Estado propostas por Trump. Há mais de cem ações judiciais de Estados, organizações e pessoas contestando a legalidade das medidas.

Brasil impõe derrota a trumpismo na OEA

Uma articulação política entre o Brasil e outros países sul-americanos com governos de esquerda levou à desistência do paraguaio Rubén Ramírez Lezcano, na disputa pela presidência da OEA.

Ramírez era apoiado por dois aliados de Trump na região, os presidentes do Paraguai, Santiago Peña, e da Argentina, Javier Milei.

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Nesse fim de semana, Brasil, Chile, Colômbia, Uruguai e Bolívia anunciaram apoio ao surinamês Albert Ramdin, na eleição marcada para segunda-feira.

Pelos cálculos de seus assessores, Ramdin já teria cerca de 28 votos, 10 a mais do que os 18 necessários para a maioria.

Segundo o colunista do UOL Jamil Chade, o governo Trump vê a OEA como um instrumento para atingir seus objetivos na região. Saiba mais.