Tarifas americanas sobre aço e alumínio entram em vigor, e Europa retalia

Entraram em vigor nesta madrugada as tarifas de 25% impostas por Trump sobre a importação de aço e alumínio de todos os países.

A medida afeta diretamente o Brasil, segundo maior fornecedor de aço em volume para os EUA, com 3,9 milhões de toneladas em 2024, atrás apenas do Canadá. Os EUA também são o destino de cerca de metade das exportações brasileiras de aço.

Economistas dizem que a medida deve elevar a inflação nos EUA. O país importa quase metade do aço e do alumínio usados por diversas indústrias, como automotiva, aeronáutica, petroquímica e de alimentos em conserva.

Em seu primeiro mandato, Trump também adotou tarifas sobre aço e alumínio, mas abriu exceções para alguns países e ofereceu cotas de importações isentas a outros, como o Brasil - o que não ocorre desta vez.

Guerra comercial

A União Europeia anunciou a adoção de tarifas sobre cerca de U$ 28 bilhões de produtos importados dos EUA, como retaliação à imposição de taxas sobre o aço e o alumínio adotada por Trump.

Os impostos europeus incidirão sobre veículos, como as motos Harley Davidson, whisky bourbon e jeans, entre outros produtos.

"A União Europeia precisa agir para proteger consumidores e empresas", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

A China afirmou que "adotará todas as medidas necessárias para salvaguardar seus direitos e interesses legítimos", mas não anunciou ações concretas.

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O governo brasileiro, segundo a colunista do UOL Letícia Casado, optou por não retaliar imediatamente e manter as negociações sobre o tema com os Estados Unidos de forma discreta. Saiba mais.

Ucrânia e EUA propõem cessar-fogo

A Ucrânia aceitou ontem uma proposta dos Estados Unidos que prevê um cessar-fogo de 30 dias entre as forças de Zelensky e a Rússia.

Em troca, os EUA anunciaram que voltariam a fornecer ajuda militar e inteligência à Ucrânia.

O acordo foi fechado em uma reunião, que ocorreu na na Arábia Saudita, entre o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e ministros ucranianos.

Os americanos ficaram de levar a proposta a Putin, e Trump afirmou que deve conversar com o presidente russo ainda nesta semana.

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Questionado sobre a proposta de cessar-fogo, o porta-voz Dmitri Peskov afirmou hoje que o governo russo está à espera de um contato da diplomacia americana para conhecer os detalhes da proposição.

Semanas atrás, Zelensky já havia sugerido uma trégua nos confrontos aéreos e navais, mas a ideia foi prontamente rejeitada pela Rússia.

Cai o governo português

O parlamento português votou ontem para dissolver o governo do primeiro-ministro, Luís Montenegro, da Aliança Democrática, de centro-direita. Montenegro é acusado de receber pagamentos de empresas privadas por meio de uma empresa de consultoria em nome de sua mulher.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa deve se reunir hoje com os líderes dos partidos e convocar eleições antecipadas para maio.

Montenegro chegou ao poder há 11 meses, após a AD vencer as eleições de março do ano passado com uma diferença de menos de um ponto percentual sobre o Partido Socialista. O pleito foi marcado pelo crescimento do Chega, de extrema-direita.

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Agora, as últimas pesquisas mostram o Partido Socialista liderando as intenções de voto, com uma vantagem de cerca de cinco pontos sobre a AD, e o Chega novamente em terceiro.

Ainda estou aqui

Um estudante de origem palestina que o governo Trump quer deportar deve ser ouvido hoje em um tribunal de Manhattan.

Recém-formado pela Universidade de Columbia, Mahmoud Khalil foi detido por agentes de imigração no sábado, apesar de possuir o visto de residência green card.

Segundo sua mulher, que é americana e está grávida de oito meses, os agentes não apresentaram nenhuma ordem judicial e bateram o telefone durante uma ligação com o advogado do casal. Khalil foi colocado em um carro sem identificação e depois enviado a uma casa de detenção remota, em Jena, na Louisiana.

"Foi traumatizante: parecia a cena de um filme que eu não pedi para assistir", disse a mulher.

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O Departamento de Segurança Interna disse que a prisão foi feita por ordem do secretário de Estado, Marco Rubio, e que Khalil é acusado de "atividades alinhadas ao Hamas".

Uma lei pouco conhecida e raramente usada, da época da Guerra Fria, permite a deportação de cidadãos estrangeiros com visto de residência se o secretário de Estado "tiver motivos razoáveis" para acreditar que a pessoa possa ter um impacto "potencialmente sério na política externa dos EUA".

A defesa de Khalil diz que ele está sendo perseguido por ter expressado uma opinião política, protegida pela Constituição.

Khalil participou da organização de manifestações estudantis contra a ofensiva de Israel que deixou mais de 40 mil mortos na Faixa de Gaza.