Rússia x Ucrânia: Modo Trump de negociar amplia instabilidade, vê professor

A forma como o presidente americano, Donald Trump, tem negociado o acordo de cessar-fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia deve aumentar ainda mais a instabilidade na região e pode não chegar a lugar nenhum, concluiu o professor de relações internacionais Alexandre Coelho em entrevista ao UOL News, do Canal UOL.

O que estou vislumbrando é algo que não vai se chegar a nenhum acordo no final das contas, porque o Trump está sempre negociando com as partes, a União Europeia e a Ucrânia, ou com a Rússia, de forma separada.
Alexandre Coelho, professor de relações internacionais da FESPSP

Trump disse hoje que conversará amanhã com Vladimir Putin e sugeriu que os dois países já estão discutindo a divisão dos territórios da Ucrânia. O país comandado por Volodymyr Zelensky não participará desta reunião. No anúncio, Trump usou a palavra "lands", que em inglês significa tanto "terras" como o território de um país.

A conversa entre os líderes foi confirmada pelo governo russo e ocorrerá após Vladimir Putin ter imposto uma série de condições para aceitar uma proposta de cessar-fogo de 30 dias apresentada em conjunto pelos governos americano e ucraniano na semana passada.

Um acordo que saia do Trump nas bases que o Putin quer... Imagina a Rússia dominar as partes da Ucrânia, como será a dominação dependendo do que a Rússia quer?! Você tentar manter a dominação nessa área, vai causar uma instabilidade doméstica muito grande do ponto de vista político.

Então, eu que acredito que essa guerra não vai terminar por enquanto nesta semana, até se juntar todas as partes para conversarem.

Porque o 'modo Trump' [de negociar] é, 'por um lado, eu isolo o outro', 'isolo o outro e converso com um lado'. Quer dizer, isso vai aumentar a instabilidade dentro da região.
Alexandre Coelho, professor de relações internacionais da FESPSP

Na semana passada, a Ucrânia concordou em aceitar uma proposta dos Estados Unidos para um cessar-fogo imediato de 30 dias do conflito no país. A reunião da Ucrânia com os Estados Unidos, sem a Rússia, ocorreu na Arábia Saudita.

Os dois lados também concordaram em concluir o mais rápido possível um acordo para o desenvolvimento de recursos minerais essenciais da Ucrânia, segundo o comunicado. Os americanos disseram que, agora, a decisão estaria com os russos.

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Poucas horas antes da negociação, a Ucrânia atacou a capital russa no que parecia ser o seu maior ataque de drones até agora, forçando o fechamento de dois aeroportos que servem a cidade, provocando incêndios e danificando casas, disseram autoridades e a mídia local. O prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin, afirmou que pelo menos 60 drones foram destruídos ao se aproximarem da cidade.

Malafaia: 'Avisei a Bolsonaro que carioca acorda tarde no domingo'

Ao UOL News, Silas Malafaia —um dos organizadores do ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL)— contestou números divulgados na imprensa e comparou o tamanho da manifestação com bloco promovido pela cantora Anitta, no Carnaval.

Eu não gosto de entrar numa 'guerra' com esses números: 100 mil, 200 mil, 18 mil [pessoas]. Primeiro, [dizer que foram] 18 mil é uma afronta à inteligência de qualquer um. Um dia desses, a Anitta fez aqui no Carnaval 600 mil [pessoas]. Pega a nossa imagem, e a imagem disso, [do bloco] da Anitta. Não vi ninguém discutir nada disso.

Então, sabe, eu tenho muita dificuldade com a questão de números. Eu sei do seguinte, num domingo de mais de 30 graus, com a final de Fla-Flu, de tarde, no Maracanã, nós tínhamos lá uma multidão de gente. Não tinham dois quarteirões, não, tinham mais do que dois quarteirões [cheios]. Vai me desculpar. Silas Malafaia, pastor e aliado de Bolsonaro

O ato de Bolsonaro, que pedia a anistia a envolvidos na tentativa de golpe, reuniu ontem 18,3 mil pessoas na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, segundo dados do Monitor do Debate Público do Meio Digital, do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento), em parceria com a ONG More in Common. Em 2024, o público foi de 33 mil pessoas.

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Opinião

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