Mortes passam de 1.700 após terremoto em Mianmar e Tailândia
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Subiu para 1.718 o número de mortos em Mianmar e Tailândia após o terremoto que atingiu a Ásia. Segundo a última atualização, mais de 3.400 pessoas ficaram feridas e mais de 300 continuam desaparecidas.
O que aconteceu
Ao menos 1.700 pessoas morreram em Mianmar após o terremoto, dizem as autoridades locais. A agência americana US Geological Survey estima que o número real pode ultrapassar 10 mil mortos.
Mais de 50 pessoas estão soterradas nos escombros de um prédio em Mandalay. No sábado (29), o Corpo de Bombeiros local resgatou 29 pessoas e recuperou nove corpos dos destroços do Sky Villa Condominium, um condomínio de quatro prédios com 11 andares cada. Três deles desabaram após o terremoto.
Sobreviventes em Mandalay contam que escavaram com as próprias mãos para tentar salvar quem estava preso. Eles relatam a falta de maquinário pesado e a ausência de autoridades. "Não há ajuda simplesmente porque não há mão de obra, equipamentos ou veículos", disse um morador que não quis se identificar.
Morador tentou limpar os escombros para encontrar sua avó e dois tios, mas desistiu. "Não sei se eles ainda estão vivos. Depois de tanto tempo, acho que não há mais esperança", contou Htet Min Oo à Reuters, chorando.


Terremoto afetou grandes áreas de Mianmar, desde o centro até as colinas de Shan. Uma avaliação inicial feita pela oposição de Mianmar avalia que pelo menos 2.900 edifícios, 30 estradas e sete pontes foram danificados pelo terremoto.
Governo militar de Mianmar fez um raro pedido por ajuda estrangeira após declarar estado de emergência em seis regiões. O presidente da junta militar, Min Aung Hlaing, convidou "qualquer país, qualquer organização" a vir e ajudar. Países vizinhos, como Índia e China, já enviaram socorristas e ajuda humanitária.
Agências dizem que Mianmar não está preparado para um desastre dessa magnitude. O país ainda não se recuperou da guerra civil em 2021, que abalou a economia, deslocou 3,5 milhões de pessoas e que deu início a um golpe de Estado. Antes do terremoto, as Nações Unidas estimaram que 15 milhões de birmaneses corriam o risco de morrer de fome em 2025.

Em Bangkok, número de mortos subiu para 18. Onze trabalhavam no canteiro de obras do prédio de 33 andares que desabou na cidade, afirmou o governador Chadchart Sittipunt.
Equipes de resgate entram no 3º dia de buscas nos escombros do prédio que desabou. "Estamos fazendo o melhor que podemos com os recursos que temos porque cada vida importa", disse Sittipunt à imprensa. Cerca de 320 funcionários estavam no local quando a estrutura cedeu pela força do terremoto.


Até 400 moradores de Bangkok dormiram em parques porque não era seguro retornar para suas casas. As autoridades dizem que colocaram mais de 100 engenheiros nas ruas para inspecionar a segurança dos prédios após mais de 2 mil relatos de danos.

Moradores das províncias de Yunnan e Guangxi, na China, também sentiram os tremores. Imagens mostram pessoas correndo pelas ruas durante o terremoto, além de janelas quebrados e telhados sem forro. Mas nenhum cidadão chinês morreu, informou o Ministério das Relações Exteriores do país.
Terremoto de magnitude 7,7 foi o maior com epicentro em Mianmar em mais de um século, segundo geólogos dos EUA. Os tremores foram tão fortes que se espalharam pela China e Tailândia, derrubando prédios em Bangkok.
Pesquisador diz que terremoto não foi inesperado. Sheingji Wei, do Observatório da Terra de Cingapura, disse à CNN que alertou o governo de Mianmar e cientistas locais sobre o risco na Falha de Sagaing. "Está quieto há cerca de 200 anos. Com base nesses estudos históricos, bem como em investigações geofísicas modernas, nós [sabíamos] que esse lugar, esse segmento da falha, provavelmente se romperia como um grande terremoto em um futuro próximo", disse Wei.
Com informações de AFP, Reuters e RFI
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