Salto: 'Tarifaço' terá povo americano como maior perdedor no curto prazo
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As tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, farão do povo americano o seu maior perdedor no curto prazo, analisou o colunista Felipe Salto no UOL News, do Canal UOL.
O que vai acontecer é um enorme encarecimento dos bens consumidos internamente nos Estados Unidos. O maior perdedor, ao menos no curto prazo, vai ser o povo americano, que vai ter de enfrentar um volume de bens transacionados naquele país com preços mais altos. Felipe Salto, colunista do UOL
Trump anunciou ontem um "tarifaço" global sobre impostos de importação, com outros produtos brasileiros sendo taxados em ao menos 10%. A data foi nomeada pelo republicano como o "dia de libertação". O governo Lula (PT) reagiu dizendo que irá tomar todas as medidas possíveis para proteger as empresas nacionais.
O republicano informou a sua nova política comercial, adotando a regra da reciprocidade entre os países. Para isso, portanto, adotará critérios de como os produtos americanos são taxados no exterior. A meta é a de começar a corrigir o déficit de US$ 1,2 trilhão que o país soma com o resto do mundo.
O próprio Brasil vivenciou no passado a chamada política de substituição de importações. Os Estados Unidos fizeram e fazem políticas industriais com subsídios, com coisas mais sofisticadas, até previstas em orçamento, isenções, políticas tributárias e tudo mais.
Agora é esperar que a tarifa mais alta tenha o condão de aumentar as plantas industriais da noite de dia para o dia, de fabricar mais produtos, produzir mais produtos nos EUA e a preços que sejam condizentes com o salário médio dos americanos é uma ilusão, isso não vai acontecer, o ajuste vai se dar numa inflação mais alta, esse é o problema.
Ele [Trump] corre o risco com essa política e o risco de jogar a economia americana para um ritmo de crescimento muito mais baixo e com inflação alta. É o que a gente chama na literatura de economia de estagflação, quando o crescimento desacelera e a inflação acelera. É muito preocupante esse novo modelo econômico que está se configurando nos Estados Unidos. Felipe Salto, colunista do UOL
Dólar despenca e real ganha força após anúncio de 'tarifaço'; entenda
Felipe Salto também explicou por que a moeda brasileira ganhou força sobre o dólar no primeiro dia após o anúncio do 'tarifaço' de Donald Trump.
Esse experimento social e econômico que estamos vivenciando agora é um prato cheio para os economistas. Uma mudança dessa natureza na política comercial e tarifária dos Estados Unidos tem consequências que são muitas vezes até insondáveis. É difícil projetar o que vai acontecer.
O que já dá para dizer logo de cara, e esse primeiro dia desse admirável ou nem tão admirável mundo novo já é um prenúncio disso, é que o real ganhou força relativamente ao dólar.
Porque quando você tem uma incerteza muito grande em relação à economia americana, os fluxos de capitais tendem a migrar para países alternativos. Onde há, por exemplo, uma remuneração alta.
Como o Brasil, que tem uma taxa real de juros elevada que cobre com ganhos o risco de trazer recursos para cá. É por isso que o dólar está caindo e o real ganhando força. Se esse movimento vai persistir ou não, isso vai depender de uma série de outras variáveis.
Felipe Salto, colunista do UOL
Ex-embaixador: 'Lei da Reciprocidade coloca revólver na mão do Brasil'
A lei que impõe a reciprocidade de regras ambiental e comercial nas relações do Brasil com outros países, aprovada nesta semana pelo Congresso Nacional, coloca um revólver na mão do Brasil, avaliou hoje o diplomata e ex-embaixador Roberto Abdenur no UOL News, do Canal UOL.
Olha, essa lei colocou um revólver na nossa mão. Resta saber se nós disparamos o revólver ou o colocamos no bolso de todos. Roberto Abdenur, ex-embaixador do Brasil na China, Alemanha e nos EUA
O PL (Projeto de Lei) aprovado ontem, em caráter de emergência pelo Congresso Nacional, autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. Agora, o texto segue para sanção presidencial.
A lei aprovada é um movimento de reação às taxas impostas pelo governo americano de Donald Trump aos produtos do Brasil, principalmente o aço: desde o mês passado, os Estados Unidos passaram a cobrar a taxa de importação de 25% sobre o aço e alumínio enviados pelo Brasil, Canadá e México. Ontem, os americanos anunciaram novas tarifas para vários países, com taxas mínimas de 10% a produtos brasileiros.
Assista ao vídeo abaixo:
Sakamoto: Lula cutuca Bolsonaro ao negar bater continência a outra bandeira
Ao responder ao movimento dos Estados Unidos, que elevaram as tarifas para produtos de vários países, o presidente Lula cutucou Bolsonaro e disse, em discurso hoje, que o Brasil vai defender os seus interesse e não irá bater continência a outras bandeiras, analisou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News.
E não à toa, o Lula, sem citar o nome, deu um hadouken [golpe fictício que surgiu no jogo de videogame Street Fighter] no peito do Bolsonaro, quando ele criticou quem bate de continência para a bandeira que não seja a verde e amarela, sem ninguém pedir. Bater a continência vai muito além de fazer o gesto. É você agir de modo subserviente a outro país. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
A reação de Lula ocorre um dia após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentar as tarifas de importação para produtos do mundo inteiro —inclusive com 10% de tarifa mínima aos produtos brasileiros. Ao falar sobre continência, o petista se referia a Bolsonaro, que, por duas vezes, em 2018 e 2019, bateu continência para a bandeira americana.
Assista ao comentário no vídeo abaixo:
Josias: 'Crescimento de Tarcísio nas pesquisas pressiona Bolsonaro'
Ainda no UOL News, o colunista Josias de Souza disse que o crescimento do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), pode pressionar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a tomar uma decisão sobre o candidato que irá apoiar nas eleições do ano que vem.
Essa pesquisa, a exemplo de outras que vem sendo divulgadas, pressionam o Bolsonaro a tomar uma decisão. O Bolsonaro não é o Lula. Lá atrás, em 2018, o Lula (que também estava inelegível) empurrou a sua candidatura. Agora, o Bolsonaro tem menos condições de fazer isso, porque, se fizer, ele perderá a oportunidade de ter um candidato competitivo. Josias de Souza, colunista do UOL
A Quaest simulou cenários eleitorais entre Lula e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o ex-coach Pablo Marçal (PRTB), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL), os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil).
Tarcísio cresceu 11% nos três últimos levantamentos feitos pelo instituto: subiu de 26% para 37%. O nome dele aparece como um dos favoritos para disputar a eleição presidencial no lugar de Bolsonaro, que foi declarado inelegível por oito anos devido à reunião com embaixadores em julho de 2022, a pouco mais de dois meses das eleições. Bolsonaro ainda não deu o seu veredicto. Tarcísio tem dito que não pretende se candidatar à presidência.
Veja o trecho do comentário no vídeo abaixo:
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