Trump dá data para China recuar de retaliação; país diz não ceder a ameaças

O presidente norte-americano Donald Trump disse hoje que a China tem até o meio-dia de amanhã para recuar das tarifas retaliatórias de 34% impostas contra os Estados Unidos. A China, que anunciou a medida na semana passada em resposta às sobretaxas de Trump ao país, já respondeu hoje que não cede a ameaças.

O que aconteceu

Trump ameaçou colocar mais 50% de tarifas acima daquelas que já impôs anteriormente à China como resposta. Ele argumentou que o país governado por Xi Jinping fez isso por vários anos e ficou rico. "Nós estamos na Casa Branca e não vamos deixar isso acontecer. Eles estão se dando bem em cima da gente ao longo dos anos, ganhando centenas de bilhões de dólares, e isso não deveria acontecer."

O republicano disse ter um "ótimo" relacionamento com o presidente chinês e afirmou esperar que "continue assim". Trump também declarou ter "muito respeito" pela China, mas que o país oriental não pode impor tarifas retaliatórias aos EUA. O presidente dos Estados Unidos disse que vai dialogar com a China e com outros países que querem fechar acordos mais justos.

Mais cedo, o estadunidense afirmou que os EUA aplicarão tarifas adicionais de 50% ao país asiático. A nova medida será colocada em vigor a partir de 9 de abril se a China não voltar atrás, disse o presidente norte-americano na Truth Social.

"Não estamos pensando em pausar [as tarifas]", diz Trump. Questionado em coletiva de imprensa na Casa Branca com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o republicano disse que as taxas podem ser permanentes ou também ser alteradas mediante negociação com os Estados Unidos.

Ele ainda citou que alguns países que negociarão com os EUA vão pagar "tarifas substanciais", sem detalhar como serão. Também comentou que conversou com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, na manhã de hoje para combinar a visita de autoridades japonesas para firmar um acordo. Todavia, o republicano detalhou que já deixou claro na conversa que o Japão exporta muitos carros para os EUA, ganhando muito dinheiro, mas não leva a agricultura e outros produtos estadunidenses a sério, sendo necessário mudar este posicionamento, já que agora é "a América em primeiro lugar".

A União Europeia foi "criada para prejudicar os EUA", afirmou o presidente norte-americano. "Eles têm sido muito ruins conosco. Não compram os nossos carros, produtos agrícolas, nada praticamente. Eles mandam milhões de carros para os EUA, mas nós não temos um carro vendido na UE. Não vai ser mais assim porque tem que ser justo e recíproco." O político citou que o déficit de US$ 350 bilhões do país com o grupo vai acabar porque, entre outros, a UE deverá comprar a energia dos EUA porque eles precisam.

Não podemos deixar que as pessoas levem vantagem sobre nós. Venho falando isso há 35 anos, como o nosso país vem sendo roubado. Há 30 anos eram o Japão, depois foi outro, outro grupo, depois a China. A China talvez fez o melhor trabalho, francamente. E isso não vai acontecer mais.
Donald Trump, presidente dos EUA

China responde EUA

A China advertiu que não cederá às pressões ou ameaças. A manifestação do país asiático ocorreu após o presidente dos Estados Unidos prometer aumentar ainda mais as tarifas sobre os produtos chineses se Pequim tomar medidas de retaliação.

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"Deixamos claro em diversas ocasiões que pressionar ou ameaçar a China não é a maneira correta de negociar conosco". "A China defenderá com firmeza seus direitos e interesses legítimos", declarou à AFP o porta-voz da embaixada chinesa nos Estados Unidos, Liu Pengyu.

(Com AFP)

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