Sakamoto: Trump recua após mundo decidir não apanhar calado dos EUA
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, decidiu recuar na tarde de hoje após perceber que boa parte do mundo optou por não apanhar calado dos Estados Unidos, avaliou o colunista Leonardo Sakamoto no UOL News, do Canal UOL.
O que a gente pode dizer, com todas as informações que temos, é que o governo de Donald Trump sentiu. Ele elevou a tarifa para a China, mas fixou 10% para os demais países, tentando reduzir a pressão. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Na semana passada, Trump anunciou um "tarifaço" global sobre impostos cobrados das importações, com outros produtos brasileiros sendo taxados em ao menos 10%. A data foi nomeada pelo republicano como o "dia de libertação". À China, os americanos aplicaram uma tarifa de 34%. Como resposta, o governo de Xi Jinping anunciou a mesma porcentagem sobre os produtos importados dos Estados Unidos.
Na segunda, o presidente dos EUA reagiu e aplicou uma tarifa adicional de 50% em cima das taxas já impostas anteriormente ao país asiático. Com isso, os produtos chineses podem receber uma tarifa de até 104% para entrarem nos EUA. Novamente, como resposta, a China também elevou hoje para 84% a carga tarifária aos produtos americanos importados.
Além da China, o Canadá e a União Europeia também reagiram com retaliações aos Estados Unidos. O Japão também estava seguindo o mesmo caminho. Após pressão de Bolsas e investidores, Trump recuou e fixou a tarifa de 10% para os países, com exceção dos chineses, por um prazo de 90 dias.
A China retaliou, a União Europeia retaliou e outros países também estavam planejando retaliar. Os títulos do tesouro americano, considerados um porto seguro para investidores do mundo inteiro, estavam caindo. As pessoas estavam retirando e colocando seu dinheiro em outros mercados. Por quê? Os Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, não são mais confiáveis como antes.
Há outros países e empresas planejando fazer negócio com a China por considerá-la mais estável que os Estados Unidos. O mundo lançou respostas. Houve pressão de Wall Street, de bilionários que o apoiaram, de Elon Musk. E aí houve um recuo, embora eles não admitam que houve o recuo.
Ele [o Trump] centralizou o fogo contra a China, mas os mercados já acreditam que, nessa guerra, com os chineses, ele deve dar para trás também em algum momento, porque não vai segurar. Ou seja, [após o anúncio do governo americano], os mercados subiram porque viram que o Trump... eu não queria usar esse termo, mas é isso: se apertar, ele afrouxa. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Professor: China passou a 'pagar para ver' em guerra comercial contra Trump
No UOL News, o professor de relações internacionais Leonardo Trevisan afirmou que a China mudou a sua estratégia e passou a estabelecer o "pagar para ver" na guerra comercial contra Donald Trump.
O que é nós estamos vendo é como se fosse um jogo de cartas: o Trump está jogando e foi para cima, agressivamente. O Xi Jiping [presidente da China] está apenas pagando para ver.
Nós precisamos entender que a China mudou a sua estratégia. Ela tinha uma estratégia de silêncio, mas passou a pagar para ver. O país está oferecendo ao mundo uma alternativa a toda essa violência americana. Leonardo Trevisan, professor de relações internacionais
Assista ao comentário do professor abaixo:
Brasileiro na China: povo aprova retaliação e reage com memes ao 'tarifaço'
Ainda durante o UOL News, o estudante de administração pública Angelo Rigonatti, brasileiro que mora na China há um ano, afirmou que o povo chinês tem aprovado as medidas de retaliação do governo de Xi Jinping contra o aumento das tarifas imposto pelos Estados Unidos, além de reagir com bom humor nas redes sociais.
Da mesma forma que os brasileiros gostam de fazer memes, os chineses também gostam de fazer. O pessoal tem feito um monte de memes nas redes sociais chinesas, principalmente sobre aquelas ilhas onde os únicos habitantes são os pinguins [a Ilha Heard e as Ilhas McDonald, territórios australianos que também foram tarifados por Trump].
Mas o que eu posso te garantir é que essas declarações [do governo americano em reação às tarifas impostas pela China] chegam aos ouvidos dos chineses, tanto pela mídia tradicional (televisão ou rádio) quanto pela internet. Angelo Rigonatti, estudante brasileiro que mora na China
Assista ao relato do brasileiro no vídeo abaixo:
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