Ex-primeira-dama do Peru é perseguida assim como Lula foi, diz advogado

Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru, e o seu marido, o ex-presidente Ollanta Humala, são perseguidos pela Justiça peruana assim como o presidente Lula (PT) foi alvo de Sergio Moro e dos promotores da Lava Jato. A afirmação é do advogado brasileiro Marco Aurélio de Carvalho, que representa os dois.

O que aconteceu

"As condenações carecem de provas e foram lastreadas por uma única delação", diz trecho da nota enviada pelo advogado ao UOL. Heredia foi condenada ontem a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro e chegou ao Brasil hoje após pedir asilo político.

Governo brasileiro concordou com artigos da Convenção de Asilo Diplomático, de 1954, que falam sobre perseguição, segundo Marco Aurélio. "Entendem-se por casos de urgência, entre outros, aqueles em que o indivíduo é perseguido por pessoas ou multidões que não possam ser contidas pelas autoridades, ou pelas próprias autoridades", diz um trecho do artigo VI.

Em nota, Itamaraty não mencionou perseguição. No texto, a chancelaria brasileira afirmou que o governo do Peru concedeu o salvo-conduto e permitiu que Heredia viajasse.

Defesa irá apelar à Suprema Corte peruana contra prisão preventiva do ex-presidente. Humala está em um presídio peruano para ex-presidentes.

Entenda o caso

Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, entrou ontem na embaixada brasileira em Lima para pedir asilo horas após ter sido condenada à prisão por lavagem de dinheiro. A informação foi dada pelo Ministério das Relações Exteriores do Peru, que alegou que "deu as garantias para que ela e o seu filho fossem transportados".

A Justiça do Peru condenou Humala e Heredia a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro. A acusação é por terem usado valores ilícitos de empresas brasileiras para sua campanha política de 2011, da qual saiu vencedor.

Humala, é um oficial militar reformado de centro-esquerda de 62 anos. Ele ocupou a presidência até 2016.

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A prisão para a qual ele foi levado, foi criada para abrigar ex-presidentes e é onde estão também Alejandro Toledo e Pedro Castillo. A unidade fica entro da sede de uma unidade de operações especiais da polícia, localizada em um bairro pobre de Lima.

*Com informações da Reuters

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